Observatório de Clima e Saúde reúne dados para apoiar ações de emergência no Rio Grande do Sul

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Assessoria de Comunicação do Icict/Fiocruz
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10/05/2024

O Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), por meio do Observatório de Clima e Saúde, está coletando e disponibilizando dados relativos ao desastre que afeta o Rio Grande do Sul. O trabalho tem como objetivo reunir as informações em um mesmo espaço para auxiliar gestores públicos e voluntários na tomada de decisões.  

Os pesquisadores do Observatório estão desenvolvendo mapas interativos com os dados relativos às áreas inundadas e estabelecimentos de saúde existentes na região afetada. Em nota técnica, eles alertam que mais de 3 mil locais como hospitais, postos de saúde, farmácias e clínicas particulares podem ter sido afetados pelas chuvas. Todo o material produzido pelo Observatório ajuda a analisar os impactos imediatos das inundações e suas possíveis consequências sobre a saúde da população. O foco está em disponibilizar todas as informações com agilidade e constante atualização.

 

Nota técnica 

De acordo com a nota técnica elaborada pelo Observatório de Clima e Saúde, além de atingir mais de 3 mil estabelecimentos de saúde em todo o Rio Grande do Sul, o desastre climático já impactou de alguma forma mais de 2,5 milhões de pessoas e deixou 1,3 milhão de residências em zonas de risco. O documento também destaca a situação das populações mais vulneráveis: 240 favelas, 40 comunidades quilombolas e cinco aldeias indígenas estão em contato direto com as áreas de inundação. O desastre deste ano já é o pior da história do estado: até 13 de maio de 2024 foram contabilizadas 147 mortes, contra 104 mortes em 2023.

Os pesquisadores envolvidos no estudo traçaram um panorama dos estabelecimentos de saúde do estado. A partir de informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) foram mapeados consultórios isolados, farmácias, clínicas e centros de saúde especializados, unidades móveis de nível pré-hospitalar.  

"Tentamos fazer um diagnóstico da situação de saúde e os primeiros impactos. Precisamos entender qual é o nível de desassistência da população e como ficou a estrutura de atendimentos de saúde. É preciso pensar que há portadores de doenças crônicas, por exemplo, que precisam de atendimento contínuo, e com problemas de saúde que podem se agravar", explica o pesquisador do Observatório de Clima e Saúde, Diego Xavier. 

A nota divulgada pelo Observatório inclui números, imagens de radar e satélite de órgãos como o CNES, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Fundação Palmares, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros. 

Clique aqui para ver os mapas interativos

Clique aqui para ler a nota técnica 

 

Sala de situação 

Na segunda-feira (6/5), a Presidência da Fiocruz instalou uma sala de situação interna para apoiar as ações do Centro de Operações de Emergência (COE) do Ministério da Saúde (MS) no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores Christovam Barcellos, integrante do Observatório de Clima e Saúde, e Carlos Machado, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), são os representantes da Fiocruz no COE.  

A atuação coordenada da Fiocruz visa contribuir com ações emergenciais e estruturantes no campo da Saúde, no médio e longo prazo, de forma articulada com o MS e os governos locais, a partir das experiências acumuladas da instituição no enfrentamento a emergências e desastres, incluindo aqueles provocados pelo rompimento de barragens.

"Os estudos que o Observatório de Clima e Saúde está produzindo servem, neste momento, para orientação. Eles indicam as áreas inundadas, mapeiam unidades de saúde, farmácias, as que estão funcionando e as que estão em áreas alagadas. Depois, vamos usá-lo para monitoramento, poderemos saber quais unidades de saúde voltaram a funcionar, o que estão conseguindo produzir, quantas consultas e/ou internações estão realizando... Assim poderemos avaliar como o sistema de saúde reage nas próximas semanas e meses", explica Barcellos.  

 
Mapa do Observatório de Clima e Saúde (Icict/Fiocruz) mostra estabelecimentos de saúde nas regiões
de alagamento no Rio Grande do Sul (Imagem: reprodução da internet)

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