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Com essa imagem poética, a vice-diretora de Desenvolvimento Institucional Adir Glusing descreveu o impacto da visita que ela, o diretor do Icict, Umberto Trigueiros, e o designer Mauro Campello, do Multimeios, fizeram a Maputo (capital de Moçambique), entre os dias 25 de abril e 2 de maio, a convite do Ministério da Saúde (Misau) local. Eles estiveram com profissionais e dirigentes tanto do Misau, quanto do Instituto Nacional de Saúde (INS). O objetivo da viagem foi dar seguimento à cooperação técnica entre o INS/MISAU e o Icict/Fiocruz e à reestruturação do instituto moçambicano, com a vistas à elaboração e implementação dos Planos Quadrienal e de Comunicação.
Durante a visita, que incluiu reuniões com vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saíde, a coordenadora do Departamento de Ensino, Informação e Comunicação (DEIC)/INS, Sonia Enosse; o chefe do gabinete de Comunicação do Misau, Nelson Belarmino; e a editora chefe da Revista Moçambicana de Ciências e Saúde (RMCS), Ana Olga Mocumbi, Jacintho Nhacale, Edson Zita e Musa Chaleque, do DEIC, foram discutidas questões relativas as áreas de Ensino, de Pesquisa, Informação e Comunicação e Desenvolvimento Institucional.
Umberto Trigueiros afirmou que a equipe do Icict trabalhou em conjunto na “construção do Plano Estratégico de Informação e Comunicação, no projeto de aprimoramento da edição da Revista Moçambicana de Ciências da Saúde, na dinamização dos produtos de Comunicação, tais como boletim de notícias, portal, relações com a imprensa, constituição de uma assessoria de Comunicação, formação de técnicos e gestores”.
Mesmo em sua segunda visita a Maputo, Trigueiros ainda se surpreende com a vontade de superação dos colegas moçambicanos, “que apesar das enormes dificuldades em virtude da falta de recursos e do quadro social e epidemiológico do país, há uma enorme dedicação e um esforço extraordinário por parte deles em superar as adversidades, aprimorar sua formação e avançar na qualidade e abrangência das políticas públicas e ações de saúde ofertadas à população”.
A urgência com que o INS e o Misau trabalham se justifica pela situação da Saúde no país, onde a expectativa de vida, conforme dados de 2013 da Organização Mundial de Saúde (OMS), é de 53 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Outros números chamam a atenção, como o acesso ao saneamento básico que atinge 41% da população urbana e 9% da rural; 47% da população consome água potável e a taxa de médicos por cada mil habitantes é de 0.03% e de enfermeiras e parteiras é de 0.34%, conforme dados de 2008. Em compensação, a mortalidade materna caiu de 1.390, em 1990, para 438, em 2013. Além disso, a renda per capita que era de US$ 424,13 (2010) foi para US$ 605,03 (2013), segundo o Banco Mundial.
Para estar mais próximo da população e auxiliar o Misau nas políticas e tecnologias voltadas para a Saúde, o investimento do INS se faz também no campo da comunicação visual. A equipe do Icict analisou os materiais gráficos que estão sendo produzidos pelos colegas do Instituto. Sugestões para a criação do Manual de Identidade Visual do INS, integração das identidades a todos os produtos (site, boletim, revista), pequenas capacitações para uso de ferramentas para a produção editorial, visando a produção do Boletim Informativo do INS foram algumas dessas atividades.
Para Mauro Campello, muita coisa pode ser aprendida por ambas as partes. Ele ressalta que o contexto da saúde em Moçambique “força os profissionais a desenvolverem novas formulações e soluções”. O responsável pela Programação Visual do Icict acredita que a unidade pode contribuir “bastante com a área de comunicação do INS, que está começando a ser estruturada”. Segundo Campello, “no Icict, temos muitos profissionais com expertises que eles ainda não possuem, esse intercâmbio é fundamental para que em um futuro próximo tenham profissionais capacitados que possam responder as necessidades de um Instituto em crescimento”.
Outra abordagem feita pela equipe do Icict foi o reforço na área de comunicação e informação científica e tecnológica com a proposta de reformulação da Revista Moçambicana de Ciências e Saúde, que teria novo layout, além da introdução ao Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER/OJS, utilizado pela Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis)/Icict. Durante as reuniões foram debatidos pontos como a necessidade de pessoal, criação de fluxo de trabalho, a importância da periodicidade periódico do INS e a importância da Política de Acesso Aberto e, por conseguinte, das BVS e bibliotecas, e etc.
A parte de assessoria de Comunicação também foi assunto entre as duas equipes. Atualização do site do INS, a própria estruturação da área de Comunicação, assim como o preparo da equipe, o uso de redes sociais foram alguns dos temas abordados. Umberto Trigueiros ministrou um workshop sobre técnicas de comunicação, enfocando a relação do INS com a imprensa e a importância da divulgação das ações realizadas pelo Instituto para a mídia.
Outro ponto abordado pelas duas equipes foi a definição dos objetivos estratégicos do Departamento de Ensino, Informação e Comunicação dentro do Plano Estratégico do INS. Adir Glusing destacou a colaboração que o Icict pode dar ao INS: “a expertise do Icict no caso específico de Desenvolvimento Institucional, a articulação entre ensino, informação e comunicação a partir do pensamento estratégico, considerando-se a realidade local e com o objetivo de atender à demanda da população” são alguns desses pontos. A vice-diretora de Desenvolvimento Institucional espera que essa colaboração “se revele nas diretrizes para a construção e implementação do plano quadrienal, estruturação das equipes, plano de comunicação e o fortalecimento institucional a partir da troca de experiências”.
Adir Glusing também destaca a importância do tipo de cooperação adotado pelo Icict junto ao INS/Misau: “Trabalhamos com a chamada Cooperação estruturante, que rompe com o paradigma tradicional de transferência passiva de conhecimento e orientação verticais; e, propõe a estruturação das instituições, observando as realidades locais, os recursos humanos e sua capacitação, com o objetivo no desenvolvimento institucional e o do fortalecimento dos sistemas de saúde” Ela acredita que “ambos saímos fortalecidos. É um aprendizado mútuo”.
A mesma opinião é partilhada pelo diretor do Icict, que ressalta a relação com realidades e experiências tão diferentes e ao mesmo tempo tão próximas como as do Brasil e de Moçambique: “Saltam aos olhos as sequelas deixadas pelo colonialismo na África e por outro lado o empenho, a dedicação e a vontade de superação dos profissionais do INS”, afirma Umberto Trigueiros.
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