9º CSHS: participação do Icict reúne produções científicas, oficinas, mesas e rodas de conversa

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Assessoria de Comunicação do Icict/Fiocruz
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07/11/2023


9º CSHS da Abrasco foi realizado em Recife | Arte: Vera Fernandes (Ascom/Icict)

Um espaço para produção de pensamento crítico e propositivo, questionamentos e reflexões, além de muita troca de experiências e produções científicas. Assim foi o 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde (CSHS), evento promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), nas instalações da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) - Fiocruz Pernambuco, em Recife. Com o tema Emancipação e Saúde: decolonialidade, reparação e reconstrução crítica, o Congresso foi realizado de 1º a 3 de novembro, com atividades prévias (oficinas, cursos e reuniões) realizadas nos dias 30 e 31 de outubro.

Diversos profissionais e projetos vinculados ao Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) marcaram presença no 9º CSHS. Durante o pré-congresso, em 30/10, a VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz participou, em parceria com o Laboratório de Pesquisas de Práticas de Integralidade em Saúde do Instituto de Medicina Social (Lappis/IMS/Uerj), da oficina Emancipação e integralidade do cuidado pelas lentes do cinema indígena. Um dos filmes exibidos durante a atividade foi o documentário Xawara e Saúde (2023), curta dirigido por Daniela Muzi, coordenadora da VideoSaúde. Já o Dicionário de Favelas Marielle Franco - WikiFAVELAS coordenou, em 31/10, a oficina Preservação de Memória e Histórias em Favelas no Brasil: a experiência do Dicionário de Favelas Marielle Franco

➡️ 9º CSHS: oficina VideoSaúde

➡️ 9º CSHS: oficina WikiFAVELAS

Na quinta-feira (2/11), o Instituto também participou da roda de conversa sobre o Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde, liderado pela Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério da Saúde. O Instituto é um dos parceiros do projeto, que também conta com o apoio do Conselho Nacional de Saúde. Diretor do Icict, Rodrigo Murtinho participou do encontro, realizado na Tenda Paulo Freire, na UFPE. Ele reforçou o compromisso com o Mapa Colaborativo, plataforma coletiva e interativa que reunirá iniciativas dos movimentos sociais no campo da saúde, com o objetivo de ser uma fonte para a construção de redes colaborativas sobre políticas públicas.

Durante a conferência de abertura do Congresso, na quarta-feira (1/11), Nísia Trindade Lima, ministra da Saúde e ex-presidente da Fiocruz, também citou o Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde em sua palestra, destacando a importância do projeto. 

➡️ Icict/Fiocruz participa de atividade sobre Mapa Colaborativo no 9º CSH

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Comunicação e Saúde

Já durante a programação oficial do CSHS, foram várias as participações de pesquisadoras e pesquisadores do Icict no evento. Inesita Soares Araujo e Aluízio Azevedo da Silva Júnior coordenaram - ao lado da pesquisadora Edilma do Nascimento Souza (Univasf) - o Coletivo Temático (CT) Decolonialidades e interseccionalidades na comunicação e saúde do Congresso. O CT contemplou diversas comunicações, conversas e debates relacionados ao conjunto de movimentos que vem questionando e repensando o pensamento e as práticas quanto à relação comunicacional do setor saúde com a sociedade. Inesita, professora do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação (PPGICS), e Aluízio são pesquisadores do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces) do Icict. Eles integram também o Grupo de Trabalho Comunicação e Saúde da Abrasco.    

Além de coordenar o CT, Inesita também apresentou diversos trabalhos oriundos de pesquisas em Comunicação e Saúde. Algumas das apresentações ocorreram na sessão A (De)colonialidade na pesquisa em comunicação e saúde. A pesquisadora também participou da mesa redonda O Rio e as Margens que o Oprimem: potência e constrangimentos na/da prática decolonial do ensino, pesquisa e jornalismo em comunicação e saúde.

Orientado por Inesita, o doutorando do PPGICS José Gadelha da Silva Junior divulgou duas obras durante o evento, no estande do espaço Abrasco Livros. Os títulos Fiocruz Rondônia: histórias de vidas dedicadas à ciência na Amazônia e A desterritorizaliação da comunidade ribeirinha de São Domingos em Porto Velho/RO: uma análise dos discursos e suas subjetividades foram lançados no dia 2/11.         

No mesmo Coletivo Temático, Wilson Couto Borges, também integrante do Laces e professor do PPGICS, coordenou a sessão Comunicação, (In)visibilidade e (De)colononialidade, que reuniu três trabalhos. "O principal é a ênfase nesse processo em que a comunicação é vista como um direito, o respeito ao direito à comunicação é um alicerce para a consolidação da democracia", destacou o pesquisador. Wilson apresentou ainda o trabalho APS pelas Lentes da Comunicação e Saúde: leitura por um campo que é em si decolonial, que fez parte da sessão Interseccionalidades na Comunicação e Saúde

Fabiana Dias, doutoranda do PPGICS que é orientada por Wilson Borges, apresentou A Saúde Digital na Atenção Primária à Saúde: reflexões sobre o direito à comunicação e à proteção de dados pessoais. O trabalho fez parte da sessão Digitalização e Organização do Cuidado.

Além da participação na oficina da VideoSaúde durante o pré-congresso, Daniela Muzi, professora do PPGICS, também apresentou trabalho no CT: Xawara, Saúde e Cinema: as relações entre decolonialidade, interseccionalidade e na produção audiovisual "sobre" os Yanomami. Na apresentação, que fez parte da sessão Das Periferias ao Centro: saberes em movimento, ela relatou a experiência de realização do documentário Xawara e Saúde (2023) durante a emergência sanitária em território Yanomami, refletindo sobre as relações entre decolonialidade, interseccionalidade e comunicação e saúde na produção audiovisual “sobre” os povos originários.

O trabalho foi desenvolvido por Muzi, coordenadora da VideoSaúde, Paulo Lara, coordenador da área de produção da Distribuidora, e Marcos Cantanhede, técnico de som. Os três estiveram em Boa Vista, em abril deste ano, para a produção de documentário sobre o trabalho dos agentes de saúde que atuaram na emergência humanitária dos povos Yanomami.        

Diálogos ampliados

Além de apresentações que compuseram os debates do campo de comunicação e saúde, o Icict ampliou diálogos e teve representantes espalhados por outros coletivos temáticos. Como parte do Coletivo Temático Gênero, Interseccionalidades e Saúde Coletiva, Irene Rocha Kalil, pesquisadora e atual chefe do Laces, apresentou Impactos das Maternidades na Saúde Mental: interfaces de gênero, comunicação e saúde. O trabalho integrou a sessão Atenção à Saúde Sexual e Reprodutiva: desigualdades e estigma

Já o Coletivo Temático Infodemia, Dataficação e Práticas em Saúde recebeu a apresentação de Gripe Espanhola e Covid-19: da mentira à desinformação no jornal digitalizado, de Radígia Santos de Oliveira, mestranda do PPGICS. O trabalho fez parte da sessão Infodemia e Desinformação. No mesmo CT, Kátia Lerner, pesquisadora do Laces e professora do PPGICS, Marcio Martins Calil, doutorando do PPGICS, e Fábio Castro Gouveia (UFRJ) apresentaram Em Busca da Credibilidade Perdida no Combate à Desinformação em Saúde: reconfigurações da práxis jornalística diante dos novos atores digitais da internet. O trabalho fez parte da sessão Mídias Digitais e Política Pública de Saúde.

Eliane Santos Silva também representou o Icict/Fiocruz no CT sobre infodemia, com a apresentação de 'Nós por Nós?' O uso da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) por favelas cariocas durante a pandemia da Covid-19. O trabalho fez parte da sessão Comunicação, Interdisciplinaridade e Inovação.

Laboratório de Informação em Saúde

Já o Laboratório de Informação em Saúde (LIS) do Icict foi representado pela pesquisadora Dalia Romero. Professora do PPGICS, Dalia apresentou dois trabalhos na sexta-feira (3/11), dia de encerramento do Congresso. Na parte da manhã, Idadismo nos meios de comunicação e na ciência no contexto da pandemia de Covid-19 fez parte da sessão Idadismo, Gênero e Violação de Direitos. À tarde, foi a vez do trabalho Inclusão do Idadismo nos Determinantes Sociais da Saúde: analisando as desigualdades no século XXI, que integrou a sessão Envelhecimento e direitos humanos em contexto de iniquidade social. No Icict, Dalia também coordena o Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento (Gise). 

Nas apresentações, dados e análises sobre o idadismo. "O Brasil na pandemia evidenciou a discriminação por idade como determinante da iniquidade estrutural em saúde", enfatizou a professora durante a apresentação de Inclusão do Idadismo nos Determinantes Sociais da Saúde. Ambos os trabalhos apresentados foram feitos em conjunto com os pesquisadores Nathalia Andrade de Souza (mestranda do PPGICS) e Leo Maia, integrantes do Gise.

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Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
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