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Quem cuida do idoso? A família? O Estado? O que são as ILPI? Estas foram algumas questões abordadas durante o Seminário: Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI): do que estamos falando? O encontro foi no salão internacional da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), no dia 29 de novembro, e trouxe novas abordagens sobre o tema. Com o salão lotado, o seminário promoveu a integração entre pesquisadores, conselheiros de saúde, alunos e órgãos interessados na atenção ao idoso.
Durante o evento, a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Ana Amélia Camarano, apresentou o projeto Condições de Vida e Infra-Estrutura nas Instituições de Longa Permanência, que pretende avaliar o desempenho e os serviços oferecidos pelas instituições. Para a pesquisadora, alguns dados como o número de ILPI, o número de idosos residentes e os serviços oferecidos pelas instituições ainda são pouco nítidos para a formulação de políticas públicas, sendo necessário precisar estes dados. O projeto será desenvolvido em parceria com o Centro de Informação Científica e Tecnológica (CICT) e a ENSP.
A palestrante Guita Debert, da Unicamp, falou sobre o aumento da perspectiva de vida da população somado ao declínio da taxa de natalidade, que para ela, exige uma mudança nos investimentos de políticas públicas voltadas para o idoso. Segundo a pesquisadora, muitos idosos optam por viver em uma ILPI enquanto outros seguem esse caminho por não terem parentes. Guita comparou a situação das ILPI com as creches ou escolas maternais. “Há duas décadas as creches eram vistas como depósitos de crianças. Hoje, deixar uma criança fora da creche significa deixá-la fora do convívio social”, afirma a pesquisadora, acrescentando a questão cultural ao debate.
Na mesa redonda O que é uma Instituição de Longa Permanência? A palestrante Tomiko Born, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), valorizou o debate das ILPI e disse que é preciso defender a qualidade dessas instituições, uma vez que a longevidade é cada vez maior e que, qualquer cidadão ao envelhecer necessita de cuidados. “Anos atrás o sujeito morria antes de envelhecer. Agora, precisamos ver a vida na sua totalidade, sabendo que nem sempre seremos úteis”, afirma Tomiko.
Os palestrantes José Luiz Telles, coordenador da Área Técnica da Saúde do Idoso do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde (MS), Patrícia D’Marco, do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) e Sônia Maria Vieira Campos, do Ministério Público de Minas Gerais (MP) também participaram da mesa, debatendo sobre o papel das ILPI, seus avanços e dificuldades. Telles enalteceu a iniciativa da Fiocruz de resgatar questão das ILPI no campo da saúde, uma vez que o assunto é discutido no campo da assistência social. Ao falar dos idosos Telles foi enfático: “O envelhecimento não é um problema. É uma conquista!”. Patrícia D´Marco concordou com o representante do MS complementando que “na América Latina, o envelhecimento não é um problema. O problema é o envelhecimento da população pobre”.
Ao encerrar o seminário, Dália Romero, pesquisadora do CICT e organizadora do evento, agradeceu a participação expressiva da platéia, que ficou na expectativa de retomar a discussão em uma próxima oportunidade.
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