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Caminhos de Oswaldo: cartões com informações sobre cientistas fazem parte da dinâmica do jogo | Foto: Icict
Cinco ano separam a provocação inicial feita aos alunos do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) para a atividade final do curso e o lançamento oficial dos jogos Caminhos de Oswaldo e Imune: série vírus. Em 2018, a professora Elba Lemos propôs à turma que se formaria naquele ano o desenvolvimento de um jogo para combater notícias falsas a partir dos conhecimentos que adquiriram ao longo da pós-graduação. Diante da persistência e dedicação de todos os envolvidos (nas diferentes etapas do processo), o lançamento oficial dos jogos foi marcado pela gratidão. Realizado na na terça-feira (28/11), no Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos (Icict/Fiocruz), o evento contou com a presença da pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e idealizadora dos jogos, Elba Lemos; da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado; do diretor do Icict, Rodrigo Murtinho; do vice-diretor de Ensino e Formação e Comunicação do IOC, Paulo D'Andrea; e do programador do Multimeios e coordenador do projeto de desenvolvimento dos jogos, Venicio Ribeiro.
Caminhos de Oswaldo e Imune: série vírus foram criados como uma forma lúdica de apresentar cientistas brasileiros e as principais doenças tropicais a adolescentes e jovens – e também como um importante alerta sobre fake news e desinformação. Além de promover a interação social, eles são ferramentas que ajudam na divulgação científica e ampliam o conhecimento sobre temas relacionados à virologia e à medicina tropical, como vacinas e doenças transmissíveis. O desenvolvimento deles foi possível por meio de uma parceria entre o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e o Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
“É um dia muito emocionante. Nós precisamos passar o conhecimento para além das quatro paredes da instituição, para além dos nossos pares. Os jogos funcionam como esse retorno à sociedade do que nós, pesquisadores e alunos, estamos produzindo”, acredita Elba Lemos. “Precisamos criar mecanismos de seduzir a sociedade para entender a importância da divulgação científica. Durante o processo de criação, nós percebemos que muito pouco se sabe sobre virologia”.
Em 2019, a equipe do setor Multimeios - polo de desenvolvimento na área de Artes e Design do Icict - entrou no projeto e pôde testar as dinâmicas e aperfeiçoar detalhes da identidade visual e das regras dos jogos como, por exemplo, aumentar a diversidade de gênero e de raça entre os cientistas homenageados.
Mesa de abertura: persistência e colaboração foram importantes no processo de desenvolvimento dos jogos | Foto: Vanor Correia/Multimeios
O diretor do Icict, Rodrigo Murtinho, destacou o trabalho colaborativo entre Icict e IOC. “É o momento de avaliar todo o caminho percorrido até aqui e valorizar o envolvimento e a dedicação de todos os envolvidos. Juntamos os potenciais dos dois Institutos nesse projeto dos jogos”, ressalta Murtinho, saudando também o trabalho de articulação que possibilitou a captação de recursos via emendas parlamentares – o projeto recebeu apoio da senadora Leila Barros (PDT-DF) e da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). “Elas ficaram encantadas com o protótipo e logo perceberam a importância da iniciativa”, lembra o diretor do Icict.
Os kits contendo os dois jogos começarão a ser distribuídos em escolas públicas e bibliotecas do Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Tanto em Caminhos de Oswaldo quanto em Imune: série vírus, há cartas ilustradas que descrevem a trajetória de cientistas nacionais. Aqueles que faleceram durante o processo de desenvolvimento do projeto foram lembrados durante o evento. Também ganharam homenagens os pesquisadores Ortrud Monika Barth (IOC/Fiocruz), Akira Homma (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e Christina Morais (INCQS/Fiocruz), presente à cerimônia. “Os jogos têm um importante papel de registrar a história de todos eles, para que as próximas gerações saibam quem foram esses grandes cientistas”, destacou Elba Lemos.
Christina Morais recebe homenagem de Venicio Ribeiro | Foto: Vanor Correia/Multimeios
O uso de jogos analógicos na socialização e como estratégia de ensino foi destacado pelo professor da UFRJ na área de Educação, Arnaldo Carvalho. “O lúdico requer tempo... Abre a cabeça e desenvolve a inteligência cognitiva, nos faz compreender diferentes linguagens de comunicação, por isso são tão interessantes. Os jogos não se resumem à dinâmica, eles são feitos também das pessoas que estão envolvidas com eles, que pensaram naquelas disputas”, explica Carvalho, da equipe de criação dos jogos. O professor desenvolveu um manual pedagógico com sugestões de formas de trabalhar os jogos em diferentes níveis, desde a educação infantil até a pós-graduação.
Sobre os jogos
Caminhos de Oswaldo é um jogo de tabuleiro que convida os participantes a vivenciarem o papel de pesquisadores da Fiocruz. Eles precisam percorrer um caminho dentro da Fundação com o objetivo de acumular pontos (de conhecimento) por meio de tarefas como formar equipes multidisciplinares e responder perguntas. Vence o jogo quem acumular mais pontos ao final do caminho.
Já Imune: série vírus é um jogo de cartas. Nele são explorados conceitos-chave da virologia: as diversas viroses, suas formas de transmissão, controle e prevenção. Para isso, as cartas são divididas por cores. As azuis tratam de aspectos dos vírus de transmissão respiratória. As amarelas, aqueles transmitidos pela água e por alimentos. As verdes, por vetores e animais. Já as vermelhas abordam vírus de transmissão sexual, sanguínea e por contato.
🎲 Veja mais detalhes sobre Caminhos de Oswaldo e Imune: série vírus
▶️ Assista aqui ao evento de lançamento
Foto: Vanor Correia/Multimeios
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