Estudo propõe metodologias especiais para temas sensíveis da saúde

por
Igor Cruz
,
23/09/2008

O pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fiocruz, Francisco Inácio Bastos, participou de uma discussão sobre os melhores métodos para abordagens de temas sensíveis em epidemiologia nos Congressos Mundial e Brasileiro de Epidemiologia, em Porto Alegre.

O consumo de drogas na agenda da pesquisa contemporânea em epidemiologia foi o tema escolhido pelo pesquisador da Fiocruz para a discussão. Bastos ponderou sobre o uso de substancias no Brasil e alertou sobre o excessivo consumo de álcool no País. De acordo com pesquisador, apesar dos brasileiros consumirem cocaína em grande escala, o álcool pode ser considerado, atualmente, o grande vilão da saúde pública.

Durante sua fala, o pesquisador apresentou uma pesquisa com a população urbana brasileira que contou com a participação de mais de cinco mil pessoas. A pesquisa revelou que, em geral, a população brasileira consome drogas e álcool de forma exagerada. “Podemos dizer que 18% dos brasileiros consome regularmente algum tipo de bebida alcoólica”, completou Bastos.

Para o pesquisador, é preciso ter cuidado ao abordar o tema, pois o consumo de drogas e álcool está ligado a diversos fatores. Os resultados da pesquisa apontam que, pessoas sem religião ou que não tiveram uma “criação religiosa”, estão mais propensas ao consumo de drogas e álcool no futuro. 

Em relação a métodos contraceptivos, Bastos afirmou que as pessoas que consomem mais drogas costumam usar menos preservativo. Ao abordar a violência, o pesquisador lembrou que, o consumo de álcool e drogas na idade adulta está associado, principalmente, a situações de exposição à violência na infância.

O pesquisador explicou que, para tratar de temas sensíveis em saúde é necessário triangular informações de métodos de pesquisa distintos e melhorar a qualidade do treinamento dos profissionais de pesquisa. “Quando abordamos esses temas, as pessoas ficam com vergonha ou medo de falar sobre eles”, lembrou Bastos. Além disso, ele apontou que, quando o entrevistado sabe que sua identidade não será revelada, a pesquisa apresenta dados mais claros do que nas pesquisas em que o anonimato não é preservado.

 

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