Família Lutz visita Fiocruz e conhece história de seu tio-avô

por
Fabíola Leoni
,
11/02/2008

Um passeio pela ciência e também pela história da própria família. Este foi o dia vivido por parentes do médico e cientista Adolpho Lutz, no dia 29 de janeiro, a convite da pesquisadora do Icict, Rosany Bochner. Na visita, a família de Lutz pode conhecer mais sobre as plantas tóxicas, projeto coordenado por Rosany, e visitou o Castelo Mourisco, onde conheceram o Vice-presidente de Pesquisa, José Carvalheiro. Lutz foi um importante personagem da Medicina Tropical e da Zoologia no País e trabalhou na área de Pesquisa da Fiocruz, convidado por Oswaldo Cruz. Permaneceu na Fundação por 32 anos, até a sua morte, em 1940.

O convite de Rosany, coordenadora do Sinitox da Fiocruz, tinha como objetivo a apresentação do Museu da Vida e do Jardim de Plantas Tóxicas. A presença de Margareta Luce, sobrinha-neta do pesquisador, sua filha Delti Luce e a neta Brenda representa três gerações do clã de uma das mais marcantes figuras da Fiocruz.

Encantada com a arquitetura do Castelo Mourisco da Fiocruz, Margareta encontrou-se com José Carvalheiro, que se sentiu prestigiado com a presença da herdeira de Lutz. “Eu ocupo hoje o mesmo cargo que o seu tio-avô ocupou”, conta Carvalheiro.

Adolpho Lutz nasceu em 1855, no Rio de Janeiro, e formou-se em Medicina pela Universidade de Berna, na Suíça, em 1879. Lutz foi o primeiro cientista da América Latina a estudar os mecanismos de transmissão da febre amarela, confirmando a propagação da doença pelo mosquito Aedes aegypti. O médico descobriu várias espécies de anfíbios e insetos e foi um dos primeiros a estudar as propriedades terapêuticas das plantas brasileiras.

“Oswaldo convidou Adolpho para cá, para se dedicar à pesquisa. Quando mandou os filhos para estudarem na Europa, começou a Primeira Guerra e ele ficou morando na Fiocruz”, relembra a sobrinha-neta do cientista.

O interesse pela parte científica está no sangue. Margareta Luce foi professora da Escola de Enfermagem Ana Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e da Escola de Enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ela seguiu a carreira da mãe, que morreu quando Margareta ainda tinha um ano de idade. O pai era médico. Viveu com os tios e, após doenças graves, resolveu ser enfermeira, formando-se em 1951.

Museu da Vida encanta Família Lutz

A visita do grupo começou no Jardim de Plantas Tóxicas. Acompanhadas por Rosany, a Família Lutz e mais três amigas da jovem neta, todas na faixa dos dez anos, conseguiram detectar espécies de plantas e alguns dos danos causados. A visita continuou pela Biblioteca de Ciências Biomédicas.

No Museu da Vida, a criançada animou-se com a câmara escura e integrou-se com diversos aparelhos. O dínamo, a grande célula de fígado ampliada e o espelho sonoro, pertencentes ao Parque da Ciência do Museu da Vida, proporcionaram diversão e conhecimento.

“A câmara escura foi a parte mais legal. Gostei também da parte do espelho sonoro. Acho importante isso, pois ensina de modo divertido. A gente aprende como funciona o nosso corpo e quais são as plantas que a gente pode comer ou não” observou Maria, de 10 anos, colega da neta de Margareta.

A sobrinha-neta de Adolpho Lutz ressalta a importância de introduzir a neta, de 11 anos, à ciência.

“Apesar de Brenda pensar em ser arquiteta e gostar de música, acho importante as escolas realizarem visitas deste tipo, principalmente para informar sobre o lado tóxico, para os alunos saberem se proteger” disse Margareta durante a visita ao Jardim de Plantas Tóxicas.

 

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