Governo Federal lança programa inédito de combate à desinformação sobre vacinas

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Assessoria de Comunicação do Icict/Fiocruz com informações do Ministério da Saúde
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25/10/2023


A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anuncia o programa Saúde com Ciência | Foto: Rafael Nascimento/MS

O Governo Federal lançou, nesta terça-feira (24/10), o programa Saúde com Ciência, uma iniciativa inédita em defesa da vacinação e voltada ao enfrentamento da desinformação em saúde. A proposta faz parte da estratégia para recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil diante de um cenário de retrocesso, principalmente nos últimos dois anos, quando foram registrados os piores índices.  

Com o objetivo de fortalecer as políticas de saúde e a valorização do conhecimento científico, o Saúde com Ciência é composto por cinco pilares, que envolvem cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização. Rodrigo Murtinho, diretor do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), participou do evento, ao lado de representantes da Fiocruz Brasília.  

A estratégia interministerial é coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretária de Comunicação Social da Presidência da República, com a parceria dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Ciência e Tecnologia e Inovação, e com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da União (AGU), garantindo atuação em diferentes frentes.  

Já se sabe que a propagação de fake news é um dos fatores que impacta na adesão da população às campanhas de imunização. Por isso, o Saúde com Ciência terá forte atuação no ambiente digital. Alertas e análises sobre desinformações identificadas em diferentes mídias serão publicadas nas redes sociais do Governo Federal e em plataformas de mensagens, como WhatsApp. Além disso, o portal do Saúde com Ciência concentrará informações confiáveis sobre vacinação e as notícias falsas que circulam na internet sobre o tema. No portal também será possível enviar, por meio de um formulário, informações duvidosas para que a equipe do Ministério da Saúde responda em seus canais. O site traz um passo a passo sobre como denunciar os conteúdos enganosos, contribuindo para reduzir a sua disseminação na internet. 

📝 Saiba mais sobre a atuação do programa Saúde com Ciência.


Programa contempla ações concretas de combate à desinformação na internet | Foto: Rafael Nascimento/MS

Você sabe quais são as fake news mais populares? 

Entre os meses de julho e setembro deste ano, o Ministério da Saúde realizou um mapeamento diário nas mídias sociais e plataformas digitais das narrativas relacionadas à vacinação. Foram identificados mais de 6,8 mil conteúdos com desinformação sobre vacinas, impactando mais de 23,3 milhões de pessoas. As fake news mais recorrentes e de maior alcance são: 

❎ Vacinas contra Covid-19 são experimentos e não têm comprovação científica: utilizam supostos estudos estrangeiros para reforçar o falso discurso de que as vacinas de Covid-19 são ineficazes e não foram testadas de forma suficiente, alegando que não têm comprovação científica. Existe uma forte narrativa de que a população foi manipulada com dados e informações falsos sobre a pandemia e a Covid-19 em si, como o rápido contágio e forte disseminação, por exemplo, apenas para servir de cobaia para vacina experimental; 

❎ Vacinas causam doenças, como câncer, aids ou diabetes: afirmam que algumas vacinas, principalmente as contra Covid-19, podem desencadear diversos tipos de doenças nos pacientes após a dose. Algumas das mais citadas são câncer, aids, diabetes e pneumonia. Dizem também que é comum gerar sequelas gravíssimas e permanentes no corpo; 

❎ Vacinas de Covid-19 causam modificações na corrente sanguínea ou no DNA: alegam que a vacina poderia causar danos ao paciente após ter contato com a corrente sanguínea. Mais especificamente, o imunizante seria capaz de fazer alterações no sangue, como contaminá-lo (e depois os órgãos) e até mudar o DNA da pessoa. Ainda, alguns defendem que a vacina depositaria fortes toxinas na corrente sanguínea; 

❎ Após aplicação das vacinas, a população passa a ter um chip no corpo: teorias falsas de que governos de alguns países estavam utilizando vacinas como desculpa para implantar algum tipo de chip no corpo humano foram umas das primeiras a surgir e seguem em alta até hoje. Este seria um meio, segundo os publicadores, de controlar a mente dos cidadãos e localizar a pessoa em qualquer lugar. Alguns chamam de “chip do diabo”; 

❎ Número de mortes por Covid-19 foi falsificado para assustar a população e aplicar vacina experimental: afirmam que algumas informações sobre a pandemia de Covid-19 foram alteradas/falsificadas, sobretudo o número de mortes teria sido aumentado, para causar medo na população e levá-los a se vacinar. Os publicadores falam que médicos foram alguns dos principais responsáveis por divulgar número falso de mortos e chegaram até a dizer que os mortos por outras doenças morreram de Covid-19 apenas para aumentar o número de óbitos. Alguns chamam de “fraudemia”;   

❎ Teorias da conspiração sobre Bill Gates e uma suposta dominação mundial por meio do uso de vacinas: publicadores afirmam que foi o bilionário americano Bill Gates, um dos fundadores da Microsoft, o responsável pela pandemia de Covid-19. Eles dizem ter recuperado supostas postagens de Gates afirmando que ele estava por trás da criação da doença para beneficiar uma futura vacina e até despovoar o mundo. Regiões mais pobres da África e Filipinas são os supostos alvos mais citados pelo público. A notícia falsa mais recente ligada a ele é de que, junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), Gates estaria pressionando o envio de adesivos de vacina mRNA diretamente para a casa de pessoas pobres, visando maior adesão. 


Diretor do Icict, Rodrigo Murtinho, participa do evento com representantes da Fiocruz Brasília | Foto: Acervo

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CEP: 21040-900 | Tel.: (+55 21) 3865-3131 | Fax.: (+55 21) 2270-2668

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