Icict destaca a importância de ensino remoto para pessoas com deficiência

por
Assessoria de Comunicação do Icict Fiocruz
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28/06/2024

Em maio passado, o Ensino do Icict ofereceu uma oficina interna sobre “A Importância do Ensino Remoto na Inclusão de Pessoas com Deficiência", voltada para a comunidade interna e contando com a participação de pessoas de outras unidades.

O objetivo da oficina era oferecer aos participantes orientações sobre abordagens didáticas e orientar sobre as melhores ferramentas para tornar os cursos mais acessíveis e inclusivos para pessoas com deficiência.

Foi a vice-diretora de Ensino do Instituto, Mel Bonfim, que em reunião com o Núcleo de Acompanhamento e Apoio Pedagógico (NAAP), sugeriu a realização de uma oficina com a temática das Tecnologias Assistivas e Inclusão. Segundo Keila Araujo, responsável do Núcleo, “durante a pandemia notou-se a importância de abrir mais a possibilidades de termos cursos em EAD, porém é necessário incluir todos, mas como? Quais ferramentas utilizar?”.

Para isso, a equipe do NAAP foi conversar com Aline Alves, chefe substituta do Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação (CTIC/ICICT/Fiocruz), que integra o Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, que assumiu a coordenação da oficina e também foi uma das docentes. Ela convidou Viviane Pinheiro, psicopedagoga clínica e institucional do Centro de Apoio ao Discente (CAD), da Fiocruz, para ministrar o curso.
 
Educação igualitária

Segundo Aline Alves, a realização da oficina “reforça o compromisso da instituição com a igualdade de oportunidades educacionais e com a diversidade da sociedade brasileira”. Ela acredita que “é essencial que os docentes estejam preparados para atender às necessidades específicas desses estudantes. A inclusão no ensino remoto apresenta desafios como a adaptação de materiais didáticos e o uso de tecnologias assistivas”.

Para Viviane Pinheiro, a inclusão e a acessibilidade têm sido temas recorrentes em formações continuadas em diferentes instituições pela ampla propagação da Lei Brasileira de Inclusão. Contudo, para a psicopedagoga, “em sua prática efetiva nas instituições, tem sido um fator sensível pois muitos profissionais não sabem lidar e, ao deparar-se com uma pessoa com deficiência, a resistência e o não conhecimento se tornam barreiras relacionais”.

Diante disso, Viviane, que também é mestre em Diversidade e Inclusão, afirma que “o convite veio para que pudéssemos oportunizar esse diálogo/ formação para docentes e convidados no rompimento dessas barreiras relacionais no que tange ao ensino remoto e, principalmente na promoção da acessibilidade atitudinal.”

A dificuldade de professores não escapa ao olhar atento de um dos palestrantes, Hudson Costa, que é surdo, está cursando Pedagogia bilíngue (português e libras) no Instituto Nacional  de Educação de Surdos (INES) e trabalha de assistente de gestão do Laboratório Físico-Químico (Lafiq), de BioManguinhos/Fiocruz, que reforça o ponto de vista de Viviane Pinheiro: “o ensino remoto se torna mais difícil devido à falta de preparação e formação dos profissionais em Língua de Sinais (Libras) e isso afeta a inserção e a inclusão das pessoas surdas ou pessoas com deficiência”, explica. Ele defende a necessidade de que “os professores tenham formação bilingue, ou seja, faça uso de duas línguas: a de sinais e a portuguesa.”
 
Um outro olhar

Pela ementa da oficina, os presentes puderam:

- explorar das vantagens do Ensino Remoto para pessoas com deficiência;
- conhecer a experiência da Fiocruz na implementação de práticas inclusivas no ambiente virtual de aprendizado;
- discutir sobre estratégias e ferramentas para tornar os cursos online acessíveis e inclusivos;
- ouvir sobre casos de sucesso e exemplos de tecnologias acessíveis.

Para o participante José Carlos Xavier, que é assistente de pesquisa do Núcleo de Informação Políticas Públicas e Inclusão Social - Nippis/Icict/Fiocruz e doutorando do Programa de Pós-Graduação do Icict, o PPGICS, a oficina proporcionou um “olhar ainda mais amplo para as pessoas com deficiência. Ela me mostrou como ainda carecemos de recursos e como ainda carecemos de recursos e espaços para, realmente, discutir a inclusão, até mesmo dentro da Fiocruz”.

“Se lembrarmos que a deficiência deve ser vista como uma redução ou à imposição de barreiras à participação social, em certa medida, ela chegará a todas as pessoas, em algum momento da vida. Assim, a adoção de comportamentos inclusivos já pôde ser imediatamente colocada em prática, buscando a mitigação das barreiras atitudinais” conclui Xavier.

E reduzir os impactos negativos, Aline Alves conclui: “é necessário formar os professores nesse tema para promover uma educação mais igualitária e acessível, garantindo que cada aluno tenha o suporte necessário para aprender e participar das atividades”.

 

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