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Foto: Walterson Rosa/Ministério da Saúde
A participação social é um dos pilares do Sistema Único de Saúde (SUS) e uma prioridade do Governo Federal, que inovou ao criar o primeiro G20 Social da história. Na sexta-feira (15), representantes da Fiocruz participaram de uma roda de conversa com movimentos da sociedade civil voltados à saúde dentro da programação do G20 Social, no Rio de Janeiro. Na pauta, o Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde e os desafios da participação da sociedade na articulação entre redes territoriais e digitais. “Temos consciência de que precisamos avançar em construções coletivas, num governo que não seja de mão única, mas que traga práticas e conhecimentos que reforcem esse caminho coletivo”, declarou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. na abertura da agenda.
O MapaMovSaúde foi lançado em setembro deste ano para que movimentos sociais, entidades populares e organizações da sociedade civil se reconheçam, contem suas histórias, compartilhem memórias, afirmem identidades, valorizem seus territórios e vocalizem demandas e necessidades de saúde. Hoje, o Ministério da Saúde já contabiliza cerca de 500 movimentos cadastrados na plataforma. “Este é um momento de apontar as reivindicações, de que maneira podemos trocar experiências. Essa é a beleza e a força do movimento social, não só com a escuta, mas com a construção coletiva. É um espaço de aprendizado. Temos que aprender com esse novo Brasil, com novas formas de ver o mundo”, complementou a ministra Nísia.
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Com o objetivo de defender a democracia participativa, os direitos humanos e a importância dos movimentos sociais, o lançamento do Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde buscou criar um SUS mais participativo e diverso. É uma ferramenta digital coletiva que integra tecnologia e participação social para dar protagonismo aos movimentos sociais, servindo como elo entre as demandas da sociedade e as políticas públicas de saúde.
Rodrigo Murtinho, diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), defendeu que os movimentos sociais, sempre fundamentais para o SUS, estão ampliando participação na saúde. “Esse espaço é de reconhecimento do controle social, de articulação. Por meio do MapaMovSaúde, por exemplo, estamos usando informação e tecnologia a favor de políticas sociais. É um instrumento para fortalecimento da democracia”, disse.
Fernanda Magano, representante do Conselho Nacional de Saúde, citou conquistas da 17ª Conferência Nacional de Saúde e declarou que a construção do mapa colaborativo ajuda a organizar os movimentos nos espaços de controle social. “Em nome da fiscalização cotidiana dos serviços e garantia da saúde. É uma ferramenta para ampliar o conhecimento da pauta e garantir vida e vida de qualidade para a população”, disse, relembrando a resolução aprovada na 77ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça, quando o Brasil e SUS foram exemplo de participação social para o mundo. Para Lúcia Souto, chefe da Assessoria de Participação Social e diversidade do Ministério da Saúde, fazer esse G20 Social é a “marca do governo do presidente Lula, dando voz e vez à população, em uma construção integrada e perene”.
Hermano Castro, vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (VPAAPS/Fiocruz), reforçou que o SUS nasceu dos movimentos sociais e fez uma análise entre saúde e os desastres ambientais. “O desastre ambiental não é natural, é consequência de um modelo econômico que tem causado grandes e graves efeitos ao planeta. Tem gerado eventos como seca extrema, chuvas em excesso, além de todo um processo de degradação da natureza. Precisamos pensar um modelo para acessar recursos de socorro para o SUS, que precisa estar de pé para atender a população nessas situações, a exemplo do que aconteceu no Rio Grande do Sul, em Mariana e em Brumadinho”, disse. No mesmo sentido, Moisés Borges, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens, declarou que "pensar saúde é discutir políticas sociais”.
O Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde é uma plataforma online que permite que movimentos sociais registrem e atualizem suas histórias e demandas de saúde, utilizando fotos, vídeos e informações de contato. Os movimentos se identificam no mapa do Brasil por meio de ferramentas de georreferenciamento, destacando suas lutas e iniciativas. Além disso, a ferramenta produzirá notícias e conteúdos audiovisuais baseados na produção dos próprios movimentos, promovendo autonomia e colaboração. A plataforma utiliza o software livre MediaWiki, o mesmo da Wikipédia, permitindo que os movimentos sociais criem seus próprios cadastros.
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