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Se nos anos 1990, o geoprocessamento em saúde era visto com descaso e alguma desconfiança, hoje ele é fundamental para se entender as doenças, estudar os determinantes sociais, explicar os efeitos das mudanças climáticas na saúde. O Laboratório de Geoprocessamento em Saúde (LabGeo), ligado ao Laboratório de Informação em Saúde (Lis/Icict), conquistou seu lugar ao mostrar a importância da visão espacial para detectar problemas de saúde, destacando as relações da população com seus territórios.
No século XXI, os problemas aumentam exponencialmente em relação ao crescimento da população brasileira. Como um médico que atende em um posto de saúde na cidade de São João do Cariri (PB), que tem 4.323 moradores, lida com Aids, dengue, envelhecimento, drogas, violência, meio ambiente e outros problemas que atingem a população da cidade em que trabalha? Ele tem instrumentos para avaliar o impacto desses temas em seu atendimento?
Segundo Christovam Barcellos, chefe do LabGeo, a questão é maior. “Não é uma pessoa, é um bairro que sofre determinado de problema... Ninguém faz uma política para uma pessoa, mas para uma coletividade. As políticas de saúde são territoriais e elas têm que ser baseadas nos problemas dessa territorialidade e isso passa por essa visão espacial, pelo geoprocessamento”.
Desde 1995, o Icict oferece o curso de extensão em Geoprocessamento em Saúde. Nesses 21 anos, as turmas lotadas mostram que o tema faz parte da estratégia de profissionais da área de Saúde para aprender mais e melhorar o atendimento à população. Em especial, quando se fala em clima.
Há lugares no planeta em que ninguém nunca vai pegar dengue; em outros, a doença é endêmica. Algumas coisas são determinantes, outras são questões de desigualdades. Que fatores sociais levariam alguns grupos a ficarem mais doentes e morrerem cedo, e outros serem mais saudáveis e viverem mais? O caminho para as respostas passa singularmente pelo geoprocessamento em saúde, por meio do trabalho de monitoramento e a consequente avaliação dos dados.
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