PCDaS celebra amadurecimento em 2023 e se prepara para novas parcerias em 2024

por
Nelson Niero Neto (PCDaS Divulgação)
,
08/01/2024

Equipe PCDaS (foto divulgação)

O ano de 2023 foi frutífero e intenso para a Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS). Entre as diversas realizações da equipe e seus parceiros, estão eventos organizados, artigos publicados — um deles apresentado no exterior —, conjuntos de dados atualizados, capacitações oferecidas e, claro, o suporte ao andamento das atividades de projetos de pesquisa apoiados.

A cada ano que passa, a Plataforma incorpora novas atividades e aprimora seus processos de trabalho e de tratamento de dados. “O ano de 2023 foi importante para a consolidação de diversas estruturas da Plataforma”, avalia Jefferson Lima, coordenador técnico da PCDaS. “Além dos vários projetos concluídos com enorme sucesso, avançamos na automatização dos fluxos de dados, o que garantirá uma maior agilidade e reforçará a consistência metodológica no tratamento de dados”. 

As várias frentes de atuação da equipe e a preocupação em reforçar a credibilidade da Plataforma chamam a atenção da comunidade envolvida na pesquisa e na gestão pública. É cada vez maior o engajamento de pesquisadores de saúde e interessados nos conjuntos de dados oferecidos: em dezembro, a PCDaS alcançou 1870 inscritos em seu site (caso não tenha feito sua inscrição, clique aqui para criar uma conta).

“Em 2024, diversas tecnologias que testamos começarão a ser utilizadas em produção, especialmente em grandes modelos de linguagem e novas estruturas para armazenamento e compartilhamento de dados”, explica Jefferson. “Além disso, as parcerias firmadas ou renovadas nos últimos meses nos apresentam uma perspectiva de ampliação no campo de atuação da PCDaS”.

Abaixo, você confere os destaques do ano que passou. Os links ao longo do texto direcionam para reportagens que aprofundam os temas destacados ou para páginas de interesse em nosso site.

Projetos parceiros: evolução e consolidação

Em 2023, a PCDaS encerrou parcerias de sucesso e começou novas, que prometem entregar resultados interessantes nos próximos anos. No início do ano, por exemplo, houve o encerramento da segunda chamada “Grand Challenges Explorations Brasil”. O evento, realizado em Brasília, contou com a presença dos pesquisadores Marcel Pedroso, coordenador da PCDaS, e Rebecca Salles, product owner do projeto junto à Plataforma.

Sete projetos da chamada, focada na saúde materno-infantil, foram apoiados pela PCDaS. Ao longo de 2023, reportagens sobre cada uma das pesquisas foram publicadas em nosso site. Clique aqui para conferir.

Outro destaque do ano foi o Sistema Nacional de Informações em Mobilidade Urbana (SIMU), parceria da PCDaS com o Ministério das Cidades que evidenciou a relação do tema com a saúde.

Além dos painéis de dados publicados, o projeto ainda gerou o seminário presencial “Gestão de Dados em Mobilidade Urbana”. Realizado no Rio de Janeiro, os debates tiveram como público alvo gestores municipais que lidam com a temática da mobilidade urbana em seu dia a dia. “Pessoalmente, considero que esse evento foi marcante”, diz Sérgio Cruz, líder do time de gestão da PCDaS. “Ele representa a concretização de três anos de trabalho em parceria com a Secretaria de Mobilidade Urbana, que gerou 26 painéis de visualizações de dados e mais de 665 mil registros na base”.

Sérgio também acompanhou de perto a evolução do Sistema Nacional de Informações sobre Deficiência (SISDEF), outro projeto apoiado pela Plataforma. Neste ano, o primeiro painel relativo ao Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) foi integrado ao site do SISDEF. “Esse painel é particularmente significativo por ser o primeiro a apresentar uma caracterização abrangente da população avaliada para concessão do BPC no Brasil”, explica.  

Na visão de Sérgio, a PCDaS conseguiu alcançar as metas e os objetivos estabelecidos no início do ano em relação às iniciativas parceiras. “A flexibilidade da nossa equipe foi fundamental para que pudéssemos nos adaptar a novos projetos e superar desafios, garantindo a continuidade dos projetos”, afirma. “Já para 2024, minhas expectativas são as mais positivas possíveis”.

A Plataforma seguiu, ainda, dando passos importantes para se aproximar da comunidade envolvida com projetos de código aberto ao juntar forças com o programa Querido Diário nas Universidades, parceria entre PCDaS e Open Knowledge Brasil (OKBR). “Finalizado o terceiro ciclo de atividades, o projeto amadureceu e gerou produtos muito relevantes que serão incorporados à ferramenta Querido Diário em 2024”, comemora Ariane Alves, líder de Comunicação e Frontend da PCDaS e embaixadora de Inovação Cívica da OKBR. “Além de fortalecer a comunidade de cientistas de dados em formação no Brasil, esta iniciativa possibilita a aplicação prática dos conceitos aprendidos e testados no ambiente acadêmico em um projeto real”, completa. 

Novas parcerias firmadas em 2023

O ano que passou também rendeu novas colaborações da Plataforma com pesquisadores. Uma delas foi o Painel de Informações Estratégicas sobre os Riscos à Saúde associados a Ondas de Calor, ou “Heat-Wave Brasil”, que tem como objetivo analisar ondas de calor e seus riscos para a saúde.

Outra novidade foi o projeto Saúde Mental: Ciência de Dados para a Saúde Pública Digital. Pela primeira vez, a PCDaS aborda dados de saúde mental e colabora com uma iniciativa que pretende criar novos indicadores para ampliar os dados disponíveis sobre o tema, atualmente escassos no país.

 

Eventos

Além do seminário “Gestão de Dados em Mobilidade Urbana”, outro evento foi marcante para a PCDaS em 2023. Em abril, a equipe organizou o “Open Data Season”, uma oficina presencial que reuniu analistas de dados para apresentar, na prática, as ferramentas e recursos da Plataforma. “Este ano, a PCDaS deu mais um passo para se consolidar como um agente relevante no uso de dados abertos no setor da saúde. Ao fomentar e capacitar a comunidade na utilização dos dados do SUS, aumentamos as chances de aprimorar o ecossistema desde a coleta até a publicação das informações”, explica Ariane Alves. 

A PCDaS participou, ainda, de uma Oficina de Trabalho Acadêmico sobre o SISDEF, que ocorreu em junho na cidade de Petrópolis e foi promovida pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) em parceria com o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE). Ao longo de três dias, os participantes puderam conhecer a plataforma e suas bases de dados, além de debater aspectos relevantes sobre os dados de acessibilidade no Brasil. 

Já em colaborações em eventos externos, um dos destaques foi a participação do coordenador Marcel Pedroso na Data Privacy Global Conference (DPGC), em que compartilhou sua experiência no painel “Dados e infraestruturas: potencializando o uso e mitigando os riscos”.

Publicações acadêmicas 

Outra participação marcante da Plataforma em um evento foi garantida pela publicação de um artigo intitulado Data Science Platform Applied to Health in Contribution to the Brazilian Unified Health System

O trabalho abordou as diversas contribuições da PCDaS para auxiliar a descoberta de informação útil a partir de grandes ou complexas bases de dados do SUS (Sistema Único de Saúde). Inscrito no DEco’23 (International Workshop on Data Ecosystems), o trabalho foi selecionado para apresentação presencial, em Vancouver, no Canadá. A PCDaS foi representada pelo engenheiro de dados Victor Ribeiro.

A primeira participação da PCDaS em um evento internacional foi extremamente significativa, uma vez que o workshop integrou o calendário da Very Large Data Bases Conference (VLDB), uma das mais renomadas conferências de ciência de dados no mundo. 

Outros três artigos foram publicados ao longo do ano e abordaram bases de dados relacionadas ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), índices de mortalidade infantil e as manifestações da Ouvidoria do SUS. Para 2024, a expectativa é ampliar o número de artigos publicados ao longo do ano. 

Para fechar o ano, a equipe do PCDaS lançou um artigo - "Acesso aos dados agregados e microdados do SUS, os pesquisadores Raphael Saldanha e Marcel Pedroso" - na publicação do Ministério da Saúde, intitulada “Avaliação de Impacto das Políticas de Saúde – Um guia para o SUS”, elaborada pelo seu Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) e pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC), da Universidade Federal da Bahia. Segundo os editores, a leitura do capitulo 17 “é necessária para qualquer pesquisador que queira acessar microdados do DataSUS.” 

Capacitações e cursos

O curso Ciência de Dados aplicada à Saúde, oferecido nas modalidades de Atualização e Disciplina Eletiva do PPGICS e fruto de uma parceria da equipe da PCDaS com o Icict, formou neste ano a sua 5ª turma.

A coordenação do curso é de Marcel Pedroso, que conta com pesquisadores de dados da PCDaS atuando como professores e orientadores de atividades teóricas e práticas. O principal objetivo é promover a interface entre aspectos teóricos e práticos sobre ciência de dados, machine learning e análise preditiva e visual de grandes ou complexas bases de dados. 

Além disso, a equipe da Plataforma ofereceu, no início do ano, o curso Introdução à Linguagem de Programação Python para integrantes do Núcleo de Informações, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS), parceiro da PCDaS. A atividade contou com 12 participantes de diversos perfis e formações.

 

Conjuntos de Dados

Ao longo de 2023, os conjuntos de dados da PCDaS receberam importantes atualizações. Inestimável contribuição da Plataforma para pesquisadores e analistas de dados, estas bases de informação oferecem um retrato da saúde no país a partir de diversos aspectos.

Os conjuntos atualizados foram:

Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), com dados do ano de 2021;
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), com dados de 2021;
Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), com dados de 2021 a 2023;
Sistema de Informação sobre Mortalidade – Declaração de Óbitos Fetais (SIM-DOFET), com dados de 2021.

“Além das atualizações, este ano conseguimos publicizar nossos conjuntos de dados por meio da publicação de data papers”, destaca Vinicius Kreischer, líder do time de engenharia de dados. 

Outra conquista, ainda, foi a reformulação dos processos de ETL (em inglês, extract, transform, load, ou extração, transformação, carregamento) com o objetivo de torná-los mais robustos e automatizados. “Para 2024, esperamos aprimorar ainda mais estes processos e adicionar novos conjuntos de dados com mais frequência”, diz Vinicius. 

Para o engenheiro de dados Gabriel Souto, integrante da equipe, a Plataforma conseguiu alcançar uma eficiência muito grande em relação à automatização dos processos básicos e fundamentais de ETL, com fluxos de trabalhos razoáveis e bem definidos. “Ano que vem, vejo a PCDaS aumentando suas fronteiras de conhecimento e serviços prestados à comunidade, bem como uma maior internacionalização das atividades”, afirma Gabriel.

Comentar

Preencha caso queira receber a resposta por e-mail.

Para saber mais

Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
Av. Brasil, 4.365 - Pavilhão Haity Moussatché - Manguinhos, Rio de Janeiro
CEP: 21040-900 | Tel.: (+55 21) 3865-3131 | Fax.: (+55 21) 2270-2668

Este site é regido pela Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, que busca garantir à sociedade o acesso gratuito, público e aberto ao conteúdo integral de toda obra intelectual produzida pela Fiocruz.

O conteúdo deste portal pode ser utilizado para todos os fins não comerciais, respeitados e reservados os direitos morais dos autores.

Logo acesso Aberto 10 anos logo todo somos SUS