PPGICS: Defesa de tese aborda as narrativas sobre loucura e gênero nos jornais

por
Assessoria de Comunicação do Icict Fiocruz
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07/04/2025

Arte: Vera Fernandes (Ascom/Icict/Fiocruz)

Com o objetivo de “compreender os modos como o jornalismo produz e coloca em circulação os sentidos sobre a loucura relaciona às mulheridades” nas décadas de 1960 a 2020, a aluna do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), Camila Franklin defenderá a sua tese de doutorado no próximo dia 10 de abril. 

Orientada por Wilson Borges, professor do PPGICS e pesquisador do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces)/Icict, Camila, por meio de sua análise, observa que “os jornais constroem ecos e reverberações entre si e entre os sentidos sobre a patologização de mulheres, costurando efeitos gerados na circulação, na circularidade e na apropriação dessas narrativas, que condicionam, em larga medida, a elaboração de políticas públicas de saúde mental no Brasil.”

Saiba mais sobre a defesa da tese de doutorado, abaixo.

Defesa de Tese de Doutorado

Título: Eco no Silêncio e na Saúde: A produção de narrativas sobre loucura e gênero nos jornais O Globo e O Dia (PI)

Aluna: Camila Fortes Monte Franklin

Orientador: Wilson Couto Borges (PPGICS/Icict/Fiocruz)
 
Banca:

Titulares
•    Dr.  Igor Pinto Sacramento (PPGICS/Icict/Fiocruz)
•    Dra. Izamara Bastos Machado (PPGICS/Icict/Fiocruz)
•    Dra. Melissa de Oliveira Pereira (PUC-Rio)
•    Dr. Tiago Pires Marques (UC)
 
Suplentes
•    Dra. Irene Rocha Kalil (PPGICS/Icict/Fiocruz)
•    Dra. Ana Paula Goulart Ribeiro (UFRJ)
 
Data: 10/04/2025 – 5ª feira | Horário: 13h30

Formato: On-line, via Plataforma Zoom - Link: https://us06web.zoom.us/j/84764865680?pwd=wML04GFWMNALGxdMJoAMkP9Vk94Ckd.1 | ID da reunião: 847 6486 5680 | Senha: 091969

Resumo: Esta tese investiga a produção de narrativas sobre loucura e gênero nos jornais O Globo e O Dia (PI). O objetivo foi compreender os modos como o jornalismo produz e coloca em circulação os sentidos sobre a loucura relacionada às mulheridades entre as décadas de 1960 e 2020, sobretudo, em um cenário de ameaças de direitos e de desmonte de políticas públicas de saúde mental no Brasil nos últimos anos. 
Investiga-se como não há uma linearidade diacrônica na compreensão sobre a psicopatologização relacionada às mulheridades, que acompanhe o avanço das políticas públicas de saúde mental, pois a complexidade do fenômeno nos revela como esse movimento não é previsível, podendo romper a qualquer momento com as tensões que lhes são impostas. 

Nesse caminho, a raça, a classe e o eixo civilizatório que comporta as mulheridades, são determinantes não apenas para a compreensão sobre a loucura, mas também, para os modos como essas sujeitas se apresentam através das narrativas jornalísticas. Constrói-se então, manobras sobre o fenômeno: seja relacionada a uma suscetibilidade à loucura, a uma periculosidade patológica, a um escudo patriarcal e colonial, ou a uma estratégia radical de sobrevivência, subversão e transposição do sistema hegemônico, as mulheridades contornam os processos de enlouquecimento construindo o desvio-do-desvio, instrumentalizando a loucura como um gesto de mobilização política. 

Esta investigação parte dos estudos narratológicos a partir da fenomenologia e das historicidades com Ricoeur (1994, 1997), da dimensão da construção noticiosa nos estudos das narrativas com Borges (2014) e da interpretação narrativa com Flores (2016, 2019), para perceber como esse processo dilata os sentidos narrativos no tempo, revelando tons, contornos e brilhos diferentes quando se trata sobre a patologização de sujeitas e sujeitos, dando materialidade a elas em um jogo de disputas que se apresenta como determinantes para a visualidade, a compreensão e a apreensão sobre a loucura no mundo, e construindo o que denominamos de dinâmica narrativa da loucura.

Nesse sentido, o jornalismo é a arena onde esses embates acontecem, evidenciando as tensões e revelando os sintomas da psicopatologização feminina. 
Com isso, identificamos como os jornais constroem ecos e reverberações entre si e entre os sentidos sobre a patologização de mulheres, costurando efeitos gerados na circulação, na circularidade e na apropriação dessas narrativas, que condicionam, em larga medida, a elaboração de políticas públicas de saúde mental no Brasil.
 

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