ICICT | Fiocruz - Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica

Nesta terça-feira (26/9), a aluna do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), Isabela de Moura Borges, defenderá a dissertação de mestrado Vivências femininas a partir do HPV: gênero, risco e mediações sociotécnicas. A apresentação será a partir das 14h, na Sala Multimídia do Icict (Campus Manguinhos).  

A partir de relatos coletados em um fórum de aplicativo de monitoramento do ciclo menstrual, Isabela investiga as múltiplas experiências de infecção por HPV (papilomavírus humano). A pesquisadora analisou as diferenças no entendimento da doença, risco e gênero, os diferentes significados de estar com o vírus e a relação entre as mediações dentro do aplicativo e o HPV. A pesquisa teve a orientação da pesquisadora Kátia Lerner, pesquisadora do Laboratório de Comunicação e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Laces/Icict).  

Informações sobre a defesa:

Título: Vivências femininas a partir do HPV: gênero, risco e mediações sociotécnicas 

Aluna: Isabela de Moura Borges

Orientadora: Kátia Lerner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)  

Banca: 
Titulares 
Dr.ª Janine Miranda Cardoso (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Dr.ª Marina Fisher Nucci (IMS/Uerj)

Suplentes
Dr.ª Daniela Muzi (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Dr.ª Tatiana Clébicar Leite (PUC-Rio)

Data: 26/09/2023 - terça-feira | Horário: 14h

Local: Sala Multimídia do Icict – Campus Fiocruz Manguinhos (Av. Brasil, 4.365 - Pavilhão Haity Moussatché)

Resumo: 
Esta dissertação investiga as múltiplas experiências de infecção por HPV (papilomavírus humano), a partir de relatos presentes em um fórum de um aplicativo de monitoramento do ciclo menstrual chamado Flo.  

Cada vez mais os aplicativos de saúde ganham relevância na contemporaneidade, conformando novas práticas e conhecimentos a respeito da saúde, ao mesmo tempo que são produtos da circulação de discursos e significados socioculturais. Nesse contexto, os objetivos foram, a partir do olhar privilegiado sobre as noções de doença, risco e gênero, identificar os discursos sobre HPV circulantes no fórum e os significados de estar com o vírus compartilhados nas conversas, discutindo ainda a relação entre as mediações dentro do aplicativo e o HPV.  

Na análise, optou-se pela etnografia digital como uma inspiração metodológica, com atenção a recorrências, temas, formas de interação, tons dos relatos e silêncios, adotando as emoções compartilhadas pelas mulheres como um fio condutor.  

Um dos principais resultados mostrou que o diagnóstico causa angústias profundas, marcadas por uma forte moralidade ligada a questões de gênero, reforçando a permanência de papéis tradicionais referentes à sexualidade nas novas gerações, o que impacta de forma contundente a maneira com que as mulheres lidam com os seus relacionamentos.  

Outro ponto de destaque são as concepções de risco e cuidado vigentes, nas quais a preocupação com a preservação de um certo lugar de "virtude moral" prepondera sobre os riscos da associação entre o vírus HPV e o câncer de colo do útero, o que contradiz as estratégias de campanhas de prevenção destinadas a essas mulheres. Compreender seus contextos e aflições é fundamental para o aprimoramento de políticas públicas direcionadas a esses segmentos.