PPGICS: Redes de mulheres e sites de acidentes por escorpiões são temas de defesa

por
Assessoria de Comunicação do Icict Fiocruz
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16/02/2023

Arte: Vera Lucia de Pinho Fernandes (Ascom/Icict/Fiocruz)

O Programa de Pós-Grduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde – PPGICS, do Icict, realizará duas defesas de dissertação de mestrado. A primeira no dia 28 de fevereiro é da aluna Fabiana de Azevedo Soares que abordará a “Avaliação da acurácia da informação em sites de acidentes por escorpiões no Portal do Ministério da Saúde”. A ideia da aluna foi “construir um instrumento de avaliação da acurácia da informação de sites de acidentes com escorpião orientado pela “Medicina Baseada em Evidências”, com o auxílio do Dynamed: ambiente virtual que oferece informações baseadas em evidências, atualizadas e com qualidade, facilmente localizáveis em um banco de dados” e avaliar também o site “Saúde A a Z”, do Ministério da Saúde. 

Na sexta-feira, dia 3 de março, é a vez de Bruna Martins Oliveira, que defenderá a dissertação intitulada “Mulheres em Rede: comunicação, cuidado e saúde mental em tempos pandêmicos”, onde enfoca as redes de apoio que as mulheres “acionam e constituem para lidar com a saúde mental em meio à pandemia”, sob a ótica da dimensão comunicacional.

Ambas as defesas serão no formato presencial e ocorrerão no Prédio Sede Campus Maré, na Av. Brasil, 4.036. Leia abaixo o resumo das duas defesas.

Defesas de Dissertação de Mestrado

Título: Avaliação da acurácia da informação em sites de acidentes por escorpiões no Portal do Ministério da Saúde 

Aluna: Fabiana de Azevedo Soares

Orientador: André de Faria Pereira Neto (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Segundo Orientador: Rodolfo Paolucci (ETEOT/FAETEC) 

Banca: 

Titulares 

Dra. Kizi Mendonça de Araújo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 
Dr. Claudio Mauricio Vieira de Souza (IVB) 
Suplentes

Drª Pâmela Araújo Pinto (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 
Drª Tânia Cristina Oliveira Valente (PPGENFBIO/UNIRIO) 

Data: 28/02/2023 – 3ª feira | Horário: 10h 

Local: Sala 710 – Prédio Sede Campus Maré 

 Resumo:  

 As novas tecnologias de informação e comunicação permitem o acesso, a produção e o compartilhamento de informações em qualquer tempo e lugar, sobre vários assuntos. Elas estão quebrando as barreiras físicas e geográficas, além de proporcionarem novas práticas sociais, políticas e econômicas. A saúde é uma das áreas em que há maior interesse dos usuários.

Muitas informações de saúde estão incorretas, incompletas ou incompreensíveis. A avaliação da qualidade da informação de saúde disponível na internet é uma das formas de combater este problema. Este trabalho visa construir um instrumento de avaliação da acurácia da informação de sites de acidentes com escorpião orientado pela “Medicina Baseada em Evidências”, com o auxílio do Dynamed: um ambiente virtual que oferece informações baseadas em evidências, atualizadas e com qualidade, facilmente localizáveis em um banco de dados. Além disso pretende avaliar o site de acidentes com escorpião disponível no portal “Saúde A a Z” do Ministério da Saúde.

O escorpionismo foi escolhido por ser um agravo que apresenta acentuada expansão em sua distribuição espacial no Brasil nos últimos anos. O instrumento construído é composto por 21 indicadores abarcando a prevenção, o diagnóstico, os sintomas e o tratamento de acidentes com escorpiões. Os resultados da utilização deste instrumento na avaliação da acurácia da informação revelaram um índice de aproximadamente 30% de conformidade entre as informações presentes na ferramenta e aquelas disponíveis no site do Ministério da Saúde. 


Título: Mulheres em Rede: comunicação, cuidado e saúde mental em tempos pandêmicos

Aluna: Bruna Martins Oliveira

Orientadora: Inesita Soares de Araujo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Segunda Orientadora: Irene Rocha Kalil (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Banca: 

Titulares 

Drª Kátia Lerner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 
Drª Melissa de Oliveira Pereira (IBMR) 

Suplentes

Drª Daniela Muzi (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 
Drª Daniela Costa Bursztyn (IPUB/UFRJ) 

Data: 03/03/2023 – 6ª Feira | Horário: 13h30min 

Local: Sala 410 – Prédio Sede Campus Maré 

Resumo:  

Esta pesquisa nasceu com o objetivo de compreender a dimensão comunicacional das redes de apoio que as mulheres acionam e constituem para lidar com saúde mental em meio à pandemia. Em crises sanitárias, as mulheres estão entre os grupos mais vulneráveis aos impactos das desigualdades sociais, que se materializam em situações como maior dificuldade de acesso à saúde, exposição acentuada às violências visíveis ou não, desemprego, fome, perda de renda, sobrecarga decorrente das jornadas múltiplas de trabalho e ataques aos direitos conquistados anteriormente (Beauvoir, 1949). Este cenário é propício à produção de sofrimento psíquico e adoecimento das mulheres, por aumentar as vulnerabilidades e precarização da vida (Butler, 2011).

Historicamente silenciadas, subalternizadas e violentadas de múltiplas formas, as mulheres sofrem com a negação de direitos e com diversas formas de silenciamento. De modo particular, as mulheres que convivem com sofrimento psíquico vivenciam o estigma e a deslegitimação das suas falas. Neste contexto, vemos o direito à comunicação como parte fundamental do direito à saúde, com duas dimensões: direito à informação e direito à voz (Araujo e Cardoso, 2007).

Adotamos a perspectiva teórica de Araujo (2002) pela qual a comunicação opera como um espaço e um processo no qual e pelo qual as pessoas em diferentes posições sociais produzem sentidos, os fazem circular e deles se apropriam. Logo, o direito à comunicação é atravessado e demarcado por disputas simbólicas e negociações constantes. Adotamos o conceito de lugar de interlocução (Araujo, 2002), como eixo conceitual-metodológico para estudar as dimensões comunicacionais deste projeto, considerando que a distribuição do poder de fala é móvel e que uma pessoa pode se enquadrar em mais de um lugar, de acordo com seus contextos sociais, situacionais, institucionais e pessoais. A comunicação é, por esta via, um recurso central para a garantia de outros direitos que, no caso das mulheres, estão relacionados a como elas podem constituir e acionar suas redes de comunicação sobre cuidado para lidar com a saúde mental em meio à pandemia.

A metodologia incluiu conversas individuais e coletivas com 8 mulheres que se identificam como cuidadoras parentais informais em saúde mental e vivenciaram alguma experiência em saúde mental, residentes em quatro cidades: Rio de Janeiro (RJ), Natal (RN), Salvador (BA) e Criciúma (SC). Nas rodas de conversa, experimentamos uma metodologia inclusiva, a partir da escuta e da perspectiva do protagonismo das mulheres, com base numa epistemologia decolonial, considerando-as participantes da pesquisa como co-produtoras do conhecimento produzido.

Concluímos que as redes de comunicação e cuidado em saúde mental podem, em um primeiro momento, nascer como um braço das instituições de saúde, dentro dos CAPS ou de projetos de extensão, mas se organizam e multiplicam de forma dinâmica. A comunicação é basilar na constituição, organização, compartilhamento e multiplicação dessas redes.

As mulheres acionam redes ou são convidadas a participar delas por meio da indicação de amigas, conhecidas, familiares, chegam até às redes por meio do acesso à educação, do contexto profissional ou da militância, ou descobrem as redes guiadas pela necessidade de cuidar. Juntas, acabam criando e fortalecendo laços de amizades com outras mulheres também estão em situação de abandono pelo Estado, pelas famílias e são invisibilizadas pelas políticas públicas, ganham força, pela troca de conhecimentos, pela possibilidade de acessar determinados lugares e lutar pelo direito à comunicação.

As redes de apoio são lugares em que essas mulheres trocam informações, compartilham referências de livros, vídeos, cartilhas, eventos e munidas dessa informação, conseguem sair um pouco da periferia discursiva na busca por posições mais centrais nos espaços em que elas transitam.

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