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O secretário João Brant, ao lado da vice-diretora de Ensino, Mel Bonfim, durante a aula inaugural do Icict. Foto: Vanor Correia (Multimeios/Icict/Fiocruz)
Desde 2009/2010, com a popularização dos smartphones, os problemas relacionados à desinformação começaram a se agravar em todo o mundo. Foi a partir daquele momento também que as big techs passaram a exercer sua influência no aumento do engajamento de usuários nas redes sociais com a sugestão de conteúdos, em um “feedback infinito”. Para falar sobre os dilemas e desafios no enfrentamento da desinformação e do, cada vez maior, poder das big techs, o Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict) recebeu como o secretário de Políticas Digitais da Secretária de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, como palestrante da aula inaugural de 2025.
“Como podemos preservar um ambiente digital plural, diverso, mas confiável? Como conseguimos superar os problemas, mas sem perder os ganhos que as plataformas também trouxeram? As plataformas têm muitas responsabilidades que elas não assumem. Nós achamos que é preciso ampliar a responsabilidade em preservar um ambiente seguro, que não tenha disseminação ampla de conteúdo ilegal, de conteúdo que gera danos para crianças e adolescentes”, avalia Brant.
Com a presença de trabalhadores e trabalhadoras do Icict e de outras unidades da Fiocruz, a aula foi realizada no dia 7 de abril, na Biblioteca de Manguinhos. Além de marcar o início oficial das atividades do Instituto em 2025, a aula celebrou o 39º aniversário do Icict e também o Dia Mundial da Saúde.
“Esta é uma aula de celebração de um ciclo de quatro anos de gestão que se encerra em breve. Que a aula de hoje nos leve a dialogar, refletir sobre os desafios que o processo de desinformação nos impõe, especialmente no campo da Saúde”, afirmou a vide-diretora de Ensino, Mel Bonfim, durante a abertura do evento.
O diretor do Icict, Rodrigo Murtinho, e a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, também integraram a mesa. “Esta é a última aula inaugural desta gestão e cada uma delas refletiu bem os temas que nós gostaríamos de trazer para nossas vidas, não apenas para nossa vida acadêmica”, celebrou Murtinho.
Na aula, o secretário João Brant lembrou que os efeitos da desinformação no pós-pandemia e no processo eleitoral de 2022 foram essenciais para a criação de uma equipe que lidasse diretamente com o tema. “Como a reorganização do sistema informacional que vem acontecendo nos últimos anos está afetando a democracia? Essa era nossa pergunta crucial. Precisávamos de um ambiente onde pudéssemos ter os debates regulatórios e de políticas públicas e que pudesse explorar ao máximo qual é o papel de um governo para combater a desinformação”, relatou o secretário. “O que o processo da pandemia evidenciou é que hoje a sociedade não tem à disposição informações confiáveis e consistentes para sua tomada de decisão. Quando combatemos a desinformação, estamos protegendo um ambiente que entregue informações confiáveis e precisas para o cidadão”.
A longo prazo, Brant ressalta que a atuação do governo frente à desinformação e na garantia da integridade da informação deve se basear em três frentes: regulação e governança de informações, fortalecimento da população com educação midiática e uma cultura de checagem de fatos e fortalecimento do jornalismo profissional. Mais imediatamente, no entanto, o mais importante é enfrentar a desinformação na saúde pública, em especial com relação à vacinação.
Para isso, o secretário destacou a criação, em outubro de 2023, do programa Saúde com Ciência, uma iniciativa inédita coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretária de Comunicação Social da Presidência da República voltada ao enfrentamento da desinformação em saúde.
Leia mais: Governo Federal lança programa inédito de combate à desinformação sobre vacinas
Brant destacou também a importância de se avançar no debate sobre a regulamentação das plataformas: “Brasil hoje é reconhecido como uma liderança no debate que cerca a integridade da informação. Objetivo do Governo hoje é estabelecer uma agenda regulatória em conjunto com o Congresso Nacional. Entendemos que para avançar, a regulação deve contemplar três pontos: responsabilidade das plataformas, precaução e prevenção no que se refere à disseminação de conteúdos ilegais, e mitigação dos riscos da sua atividade”, avaliou.
Assista à aula inaugural no link abaixo:
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
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