Retrospectiva 2022: veja como foi o ano no Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict)

por
Assessoria de Comunicação do Icict/Fiocruz
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22/12/2022

Arte: Vera Fernandes (Ascom/Icict/FIocruz)

O Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict) encerra 2022 com uma série de conquistas. Mas, de todas as notícias positivas deste ano, a principal talvez tenha sido o retorno presencial da comunidade Icict — trabalhadores, alunos e usuários — ao campus, após dois anos de isolamento social pela covid-19.

Durante o primeiro semestre, o instituto monitorou e avaliou as condições de retorno a Manguinhos. Em sintonia com o Plano de Convivência da Fiocruz, criou diretrizes e um cronograma de retomada gradativa às atividades presenciais. O documento foi apresentado no dia 27/4 ao CD Icict. No segundo semestre, os estudantes puderam retornar às aulas presenciais, consolidando a volta ao campus após a pandemia — embora com muita precaução e cuidados como o uso de máscaras. 

Ao mesmo tempo, o Icict prosseguiu desenvolvendo pesquisas de olho nos impactos da covid-19 para a sociedade brasileira. Impactos que certamente não se esgotam com o fim do isolamento social. Pelo contrário: durante 2022, pesquisadores do instituto trabalharam no levantamento de dados que provam como ainda teremos de lidar, durante muito tempo, com as consequências não só da crise sanitária, mas também da desinformação, do negacionismo e do acirramento de desigualdades.

Dados em saúde

Um novo observatório, por exemplo, foi lançado este ano, para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. Durante 2022, o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) produziu divulgação científica para dar subsídios a políticas públicas e a decisões coletivas. Trabalhando com grandes bases de dados, seus cientistas revelaram que duas em cada três mortes de bebês de até 1 ano poderiam ser evitadas no Brasil com ações como vacinação, amamentação e acesso à atenção básica de saúde. Mostraram como, em 2021, nenhum estado brasileiro atingiu a meta de vacinação infantil contra o sarampo. Como o Estado do Rio de Janeiro tem baixos índices de vacinação contra a poliomielite. E como, em dois anos, a covid-19 matou mais que o triplo de crianças que outras doenças evitáveis por vacinas. O Observa Infância é resultado de parceria entre Icict, a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP) e o Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase).

Referência em informação durante os dois anos mais críticos da pandemia, o Monitora Covid-19 continuou fazendo alertas sobre os impactos da crise sanitária. Seus levantamentos mostraram, por exemplo, como a estagnação e a desigualdade da cobertura vacinal são um enorme risco no combate à doença, permitindo que novas variantes surjam. E como a covid-19 ainda afeta o dia a dia do sistema de saúde: cerca de um milhão de procedimentos hospitalares foram represados no SUS após o início da pandemia.

A Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDas) fortaleceu e inaugurou parcerias - como aquela com a Open Knowledge Brasil (OKBR) para a realização do projeto Querido Diário nas Universidades, de estímulo a dados abertos. E lançou novos painéis, como o de informações sobre óbitos fetais entre 1996 e 2000.   

Por meio de seu Observatório de Clima e Saúde, o Icict passou a integrar um projeto que estuda como as mudanças climáticas podem alterar a incidência de doenças transmitidas por mosquitos, como o Aedes aegypti: o Harmonize, lançado em junho.

Diante de um contexto de práticas cada vez mais digitais no âmbito da saúde, especialmente aceleradas pela pandemia de Covid-19, como garantir que os dados relacionados à área se mantenham seguros? O Icict, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Coletivo Intervozes realizam, durante o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), o pré-lançamento do Resumo Executivo da pesquisa inédita “Proteção de Dados Pessoais em Serviços de Saúde Digital no Brasil”. 

E neste ano foi lançado ainda o Sistema Nacional de Informações sobre Deficiência (SISDEF), plataforma em acesso aberto com indicadores diversos sobre os perfis de pessoas com deficiência no Brasil. O projeto também é fruto de parceria entre o Icict e o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis. Vinculado ao sistema, o programa Ecoar – Diálogos de Cidadania completou um ano de atividade, em outubro. Foram ao todo 12 episódios transmitidos no canal da Vídeosaúde Distribuidora da Fiocruz, com mais de 2,5 mil visualizações desde sua estreia. Só em 2022, o programa recebeu 23 participantes, incluindo pessoas com e sem deficiência, especialistas, profissionais e lideranças de movimentos sociais, para dialogar sobre temas relacionados ao direito das pessoas com deficiência.

Acessibilidade e diversidade

A busca por mais acessibilidade, aliás, prosseguiu tema fundamental para as atividades do instituto. O aplicativo FioLibras, que disponibiliza informações sobre Covid-19 em Língua Brasileira de Sinais (Libras), foi lançado em março, nas plataformas dos sistemas IOS e Android. E acabou finalista do Prêmio Espírito Público 2022, um dos mais importantes reconhecimentos para projetos de instituições públicas no país.

O Icict também aumentou a presença de intérpretes de Libras em eventos, lançou um curso de formação básica em Libras para seus trabalhadores e participou de oficina sobre acessibilização de editais, em parceria com o Comitê de Acessibilidade e Inclusão da Fiocruz e o Instituto Benjamin Constant.

Não à toa, a valorização da diversidade passa a ser considerada elemento norteador para todas as atividades feitas pelo Icict. Isso porque, em dezembro de 2022, a Assembleia Geral aprovou o Plano

Estratégico 2022-26. Resultado de um processo que começou em 2018 — e que teve de ser interrompido durante a pandemia de covid-19 -, o plano reúne eixos e objetivos estratégicos. Dentre eles, foi aprovado o eixo norteador "defesa dos direitos humanos, enfrentamento das desigualdades e valorização da diversidade".

Conquistas no Ensino

Dois mil e vinte e dois foi um ano especial principalmente para o Ensino do Icict. O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)  aumentou sua “nota Capes”, passando a integrar o rol de cursos de excelência acadêmica do país. Agora, o mestrado e o doutorado do PPGICS têm nota 6, aproximando-se da nota máxima, que é 7.

Além disso, pela primeira vez na história a coordenação do PPGICS foi eleita por meio de votação, e não pela indicação da Direção, ampliando assim os mecanismos democráticos dentro da unidade.

Resultado de um longo processo de debates, atividades e consultas internas, o Projeto Político Pedagógico do instituto foi aprovado. O documento articula todas as diretrizes que norteiam as linhas de atuação e gestão de ensino na unidade.

Já em sintonia com o conteúdo do plano, o Ensino retomou uma agenda pró-equidade, promovendo atividades como o encontro “Diálogos institucionais - letramento racial para práticas antirracistas no Icict”, parceria com o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz. Também criou uma comissão de heteroidentificação racial. E, agora, prepara-se para uma formação sobre diversidade de gênero em 2023.

Em 2022, o Icict ofertou duas especializações: "Informação Científica e Tecnológica em Saúde" e "Sistemas de Informação, Monitoramento e Análise de Saúde Pública". Também ofereceu 6 cursos de curta duração, com o total de 155 vagas.

Outro reconhecimento importante foi a conquista do Prêmio Luiz Beltrão 2022, concedido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) à Fiocruz. Um reconhecimento ao trabalho da Fiocruz não só no front direto da comunicação pública e da divulgação científica, mas, também, à sua busca por consolidar a ideia de “Comunicação e Saúde” como um campo de investigação científica.

VideoSaúde

Dizem que uma imagem vale por mil palavras e mil imagens valem quanto? A VideoSaúde Distribuidora espalhou muito mais de mil por aí. Foram 220 eventos online transmitidos, mais de 500 horas via canal no YouTube.  E a Plataforma de Filmes em Acesso Aberto alcançou a marca de 200 filmes sobre saúde e ciência disponíveis para ver e rever a qualquer hora. E ainda, 5 novos filmes foram licenciados para o Canal Futura, entre eles o premiado “O índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels”.

Novos filmes também foram realizados em parceria com diversos setores da Fiocruz, 8 documentários, com destaque para série IdeiaSUS, com 6 episódios até agora e que continuará no ano que vem; e 3 institucionais entre eles o do projeto, Preservo uma parceria entre COC, Icict e IOC

A Distribuidora também segue se espraiando nas mídias sociais com mais de 75 mil inscritos no seu Canal no YouTube, mais de 10 mil seguidores no Facebook e agora atuando forte no Instagram e TikTok com a série “Gente da Saúde Gente da Ciência” sobre os personagens dos filmes da VideoSaúde.  

E para encerrar o ano em grande estilo, organizou o VIII Seminário do Patrimônio Audiovisual na Fiocruz sobre “Os documentos audiovisuais no universo dos arquivos” e uma sessão especial do Núcleo de Estudos do Audiovisual em Saúde sob o tema “Narrativas sobre saúde no audiovisual” com a diretora do filme brasileiro mais badalado do momento, Helena Petta, falando sobre os bastidores de “Quando falta ar”, da série de TV Unidade Básica e para somar na torcida pelo #SUSnoOscar.

Acesso aberto

A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis) completou 15 anos. Publicação singular e inovadora desde a sua concepção, a Reciis chega ao fim de 2022 com mais de mil textos, assinados por mais de 2 mil autores (nacionais e internacionais) e avaliados por mais de mil e cem pareceristas. 

Em 2022, a revista atingiu a marca de mais de 960 mil acessos a suas publicações e ampliou o diálogo com a sociedade, ofertando novos formatos. Inaugurou sua página no Instagram (@Reciis_Fiocruz), que se soma ao Facebook da revista (ReciisIcictFiocruz), com mais de 3,4 seguidores. De forma piloto, a Reciis lançou também neste ano seu primeiro podcast, o Revozes, que conta hoje com cinco episódios de temas relacionados à comunicação, à informação e à saúde.  

O Repositório Institucional da Fiocruz (Arca) encerra 2022 com a marca de mais de 53 mil trabalhos acadêmicos disponíveis em acesso aberto. Este ano, o Arca recebeu ainda o depósito de 389 documentos sobre covid-19 (artigos, preprints, vídeos, relatórios etc). E teve sua versão atualizada de 4.7 para 6.3.

E a Rede de Bibliotecas Fiocruz prosseguiu com a publicação dos Boletins BiblioCovid, que elencam os artigos mais buscados a respeito do vírus e da pandemia. Avançou em seu projeto de digitalização de acervos bibliográficos raros e coleções especiais. Lançou o Sistema de elaboração de Ficha Catalográfica para todos os alunos de pós-graduação da Fiocruz, o Sistema para elaboração de planos de gestão de dados e o Guia nacional para elaboração de planos de gestão de dados de pesquisa, documentos voltados a toda a Fundação. Também realizou inúmeros treinamentos para os bibliotecários da rede.

Tecnologia, informação e divulgação científica

A Biblioteca de Manguinhos atendeu a mais de 2 mil pedidos de usuários e realizou 14 treinamentos, com 1388 participantes. E pôde, enfim, retomar suas visitas guiadas, recebendo mais de 200 visitantes.

Além de conhecer as instalações históricas da biblioteca, esses visitantes puderam ter uma surpresa e tanto: a Fantástica Cápsula do Tempo da Ciência. A instalação, no hall da Biblioteca de Manguinhos, apresenta um holograma de Oswaldo Cruz, que fala diretamente às crianças e jovens do século 21. Dessa forma, estimula a reflexão sobre a importância da vacinação, da saúde pública e do acesso à informação.

Outro projeto que funde tecnologia e divulgação científica, e que se ampliou em 2022, é o Fiocruz 360. A iniciativa desenvolve interativos de realidade virtual através de imagens panorâmicas em 360º, e este ano lançou o tour virtual de espaços como a área de produção de medicamentos de Farmanguinhos e a planta piloto de Bio-Manguinhos. 

Diálogo com a sociedade

O Portal Fiocruz teve mais de 10,8 milhões de visualizações de página no ano. E o Fale Conosco Fiocruz recebeu 3.358 mensagens. Mais de 95% dos atendimentos foram realizados dentro do prazo de 10 dias, sendo que a maior parte das demandas foi respondida em até 3 dias (83%). 

 A partir da portaria Nº563, de 27 de outubro de 2021, foram criados oito Fale Conosco setoriais em 2022, totalizando 19 unidades/setores da Fiocruz inseridos na Rede Integrada de Relacionamento com o Cidadão (RIRC). A previsão é ter toda a Fiocruz usando a ferramenta do Fale Conosco no primeiro semestre de 2023.

O Dicionário de Favelas Marielle Franco (Wikifavelas) lançou nova plataforma e identidade visual. Teve mais de 436 mil visitas no ano, publicou o repositório temático "Saberes Populares" e conquistou o prêmio Anpocs de Extensão universitária. O projeto colaborativo encerra o ano com nada menos que 1,4 mil verbetes disponíveis ao público.

Eventos

Em 2022, o Icict realizou 40 eventos online, que alcançaram 17 mil visualizações no canal da VideoSaúde. O instituto pôde, também, retomar os eventos no campus: foram cinco presenciais. Um panorama que revela como a unidade tem se consolidado como espaço de discussão, lançando luz a pautas fundamentais para o debate público. 

Outro destaque de 2022 foi a série "Memórias", organizada pelo Centro de Estudos para homenagear os pesquisadores mais antigos do instituto, convidados a compartilhar com o público sua trajetória científica.

Não à toa, o Icict encerrou o ano de atividades com uma homenagem especial. A Sala Multimídia do instituto foi renomeada como Sala Pauliran Freitas. Uma homenagem ao profissional que atua há mais de 30 anos na Fiocruz, como cinegrafista. Pauliran trabalha na VideoSaúde Distribuidora, já participou de dezenas de produções audiovisuais da Fiocruz e, com seu suporte técnico, tem sido fundamental para a transmissão de eventos online. Mas a mudança de nome da sala foi, também, uma homenagem a todos os profissionais que atuam nos bastidores, garantindo que a Fiocruz produza divulgação científica e comunicação de qualidade.

Crédito: Fachada do prédio do Icict | Vinícius Marinho | Fiocruz Imagens

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