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Em matéria publicada no jornal Correio Braziliense, de 19/08, intitulada “Uma alta conta a pagar”, é abordada a questão do impacto econômico das mudanças climáticas, em especial na saúde. Segundo revela a reportagem de Paloma Oliveto, em um estudo inédito feito pelo economista Chrystian Soares Mendes, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) (Minas Gerais), que analisou os impactos da dengue e da leishmaniose sobre a saúde, tanto do ponto de vista do tratamento quanto da perda de renda familiar até o fim do século XXI, o peso no Sistema Único de Saúde (SUS) passará de R$ 800 mil (2010-2039) para R$ 3 milhões (2070-2099) (cenário menos pessimista) e R$ 3,8 milhões/ano em um cenário mais pessimista.
O estudo feito por Mendes só corrobora o que vem alertando o pesquisador do Icict e coordenador do Laboratório de Informação em Saúde (LIS)/Icict, Christovam Barcellos, que afirma em outra matéria sobre o assunto publicada no Correio Braziliense, que com aumento de temperatura previsto para as próximas décadas na América do Sul (até 2100, previsão de 1,7ºC e 6,7ºC), os casos de dengue crescerão muito. “Toda cidade acima do estado de São Paulo terá de se preparar para os surtos”, afirma o pesquisador. “É automático. Um verão úmido seguido de calor leva aos surtos de dengue”, diz.
Na região norte, onde o pesquisador mantém um sítio sentinela do Observatório Clima e Saúde, que coordena, Christovam Barcellos é enfático: “Em Manaus, todo ano, o Rio Negro sobe e desce. De uns tempos para cá, ele está subindo mais. A água está entrando na casa das pessoas que moram perto do rio; ela não escoa, então aumentam os casos de diarreia, leptospirose e hepatites”, relata o pesquisador.
Em setembro, Christovam Barcellos será um dos convidados do IX Congresso Brasileiro de Epidemiologia (de 7 a 10/09, em Vitória/ES), da Abrasco – Associação Brasileira de Saúde Coletiva, onde abordará justamente esse tema. Ele falará na terça-feira, 9/09, na mesa redonda “Mudanças Climáticas”, sobre “As cidades e o clima: possíveis efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde”.
Leia, ao lado, a matéria "Mudanças climáticas devem agravar doenças já existentes", que abriu a série sobre clima e saúde do jornal Correio Braziliense.
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