Profissional reativa serviço de ilustração científica

por
Rafael Cavadas
,
24/07/2006

Aos 24 anos, Marcelo Rabello foi selecionado pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) para trabalhar no almoxarifado da Diretoria de Administração do Campus da Fiocruz. Um mês depois da contratação, o chefe de Marcelo percebeu sua habilidade para desenhar e o indicou para o Multimeios, departamento do Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict), que cuida da programação visual e produção gráfica da Fiocruz. Hoje, com 35 anos, ele é responsável pelo serviço de ilustração científica, reativado para atender à demanda da instituição.

Em sua prancheta, Marcelo faz desenhos utilizados em publicações de saúde que servem de suporte para o ensino e a pesquisa. Há onze anos no Multimeios, conseguiu desenvolver uma técnica apurada que permite fazer ilustrações em nanquim, com alto grau de detalhamento. A receita para desenhar tecidos celulares ou organismos microscópicos com precisão, segundo ele, é a concentração.

Quem pensa que Marcelo está satisfeito com o seu trabalho, está enganado. Ele quer aprimorar ainda mais o seu dom e, para isso, realiza um curso técnico de artes gráficas no Senai. O curso está sendo arcado pelo Cict, através do seu programa de capacitação profissional, e tem duração de um ano e oito meses. A entrevista foi feita com a ajuda do intérprete, Renato Tadeu, da Feneis. "A discrição correta é surdo. O fato deles não ouvirem não significa uma deficiência", diz Renato.

O interesse por desenho surgiu ainda na infância. O desenhista conta que já no colégio se destacava pela habilidade de desenhar super-heróis. Quando chegou ao Multimeios, o hobby virou profissão com a ajuda dos profissionais do departamento que ensinaram as técnicas para um traço limpo, firme e profissional.

Um dos admiradores do trabalho de Marcelo é o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, Arnaldo Maldonado, que solicita recorrentemente os serviços de ilustração científica ao Multimeios:

- Marcelo tem a sensibilidade artística para reproduzir imagens que servem de suporte no estudo da biologia. Eu utilizo os desenhos dele nas minhas publicações. O trabalho é muito bom e a prova disso é a aceitação em publicações internacionais, que têm alto grau de exigência – conta Maldonado.

Para os curiosos em conhecer o trabalho de Marcelo, os profissionais do Multimeios já adiantam que pretendem fazer uma exposição das ilustrações na Biblioteca de Manguinhos, no Rio de Janeiro. No momento, eles fazem o levantamento do acervo dele e anunciam a exposição para outubro.

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