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Os alunos do Curso de Especialização e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICTS) visitarão a exposição "Darwin: Descubra o Homem e a Teoria Revolucionária que Mudou o Mundo", no dia 25 de março, no Museu Histórico Nacional. Na mostra, eles terão acesso à recriação da trajetória do cientista que estudou o processo evolutivo dos seres vivos. O curso começou há duas semanas com a aula inaugural do diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz (CDTS), Dr. Carlos Morel. Na palestra “Capacidade de inovação tecnológica em países em desenvolvimento", o ex-presidente da Fiocruz fez um panorama das doenças negligenciadas associando-as à inovação em saúde. O evento aconteceu no dia 5 de março, no auditório do Icict.
De acordo com a coordenadora do ICTS, Maria Cristina Guimarães, a visita à exposição de Darwin é uma das atividades que faz parte da disciplina “Arte de Pensar” e as aulas relacionam produção de conhecimento científico à cultura.
Aula inaugural com Carlos Morel
As redes sociais e o importante papel da informação para a inovação em saúde foram temas abordados pelo diretor do CDTS, na aula inaugural. Segundo Morel, para ser inovador é preciso vencer obstáculos como os que envolvem fazer, usar e interagir com o que foi descoberto ou aprimorado. Nesse sentido, cabe aos profissionais de informação a tarefa de ampliar o acesso às descobertas científicas em saúde.
Em relação ao Brasil, o coordenador comentou sobre a falta de interação entre as pesquisas e as linhas de produção, o que impede avanços ao país. Para Morel, uma das soluções para esse problema seria ampliar parcerias entre faculdades e empresas, uma vez que essa última não tem acompanhado a evolução das pesquisas.
“Na área da saúde, a gente tem que comprar. Hoje em dia, está em cerca de US$ 4 ou US$ 5 bilhões o que a gente importa de produtos, como os anti-retrovirais, que a gente tem capacidade de fazer”, observa o diretor.
Durante a palestra, Morel pontuou que para um país ser inovador em saúde, é preciso ter, pelo menos, seis componentes: a manufatura, o mercado doméstico, o mercado de exportação, a pesquisa, a propriedade intelectual e a regulação.
“Tem que ter capacidade para fabricar. E a invenção, para se transformar em inovação, tem que chegar ao usuário. Você pode ter uma idéia maravilhosa, mas se aquilo não vira um produto para a sociedade, não adianta”, atenta.
O maior desafio a ser enfrentado na área de inovação em Saúde está no pensamento citado por Morel: "Sobram idéias e atores, falta um sistema orgânico, uma arquitetura global". O processo conta com conhecimento, com mão-de-obra especializada, com produção e também com falhas. Falhas no mercado, quando existem insumos, mas países não têm aporte financeiro para compras. Falhas na ciência, quando não se alcançam determinados resultados, como a ausência da vacina da Malária. Falhas de saúde pública, como impasses provocados por religiões ou boatos. Falhas que despertam idéias para novas pesquisas e soluções.
O diretor apresentou ainda um estudo sobre as redes sociais, que valorizam conexões entre as instituições participativas em diversos processos. Com esse estudo das redes, é possível mapear que setores terão maior investimento, onde se localizam os maiores "cérebros" do país e onde as empresas mais atuam.
Especialização
A Especialização em Informação Científica e Tecnológica em Saúde é do Icict / Fiocruz. Um dos maiores objetivos é contribuir para o aprimoramento do desempenho das instituições do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente daquelas dedicadas à produção de conhecimento e inovação tecnológica. A coordenação do curso é de Maria Cristina Guimarães e de Cícera Henrique. A duração é de dez meses e a periodicidade é anual.
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
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