Moradores de Manguinhos recebem sábado (6/12) análise da água consumida

por
Graça Portela
,
03/12/2014

No próximo sábado, 6/12, a partir das 10 horas, a equipe do Projeto QualiÁgua em Manguinhos “Qualidade da água consumida e ocorrência de doenças de veiculação hídrica no território de Manguinhos (RJ)” – realizará um debate com os moradores de Manguinhos sobre as condições da água que é consumida no território.

O debate inclui a apresentação dos resultados da pesquisa feita pelos pesquisadores do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (DSSA/ENSP), do Núcleo de Geoprocessamento do Laboratório de Informação em Saúde, Icict (Lis/Icict) e dos Laboratórios de Virologia Comparada e Ambiental e de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), e o compartilhamento de informações sobre a importância da qualidade da água que é consumida na saúde de todos.

Segundo Paulo Barrocas, coordenador do projeto QualiÁgua, a pesquisa surgiu a partir da queixa da população local em relação à qualidade da água consumida em Manguinhos, feita durante a I Conferência Local de Manguinhos, realizada em 2011. “De forma a dar resposta à população e produzir dados científicos sobre esta questão, o DSSA/ENSP iniciou uma parceria com TEIAS-Escola Manguinhos, analisando amostras de água para consumo de acordo com demandas do próprio TEIAS”, explica Barrocas. Para o estudo, foram coletadas nos dois anos de projeto, quase 500 amostras de 12 unidades escolares, três unidades de saúde e 235 domicílios do território de Manguinhos.

A participação do Icict se deu através do Núcleo de Geoprocessamento, do Laboratório de Informação em Saúde (Lis). Renata Gracie, pesquisadora do Núcleo, orientou as atividades de análise espacial das informações: “A partir do dado de qualidade da água georreferenciado podemos relacionar com outras informações, como dados socioeconômicos e ambientais e analisar o contexto em que este ponto está localizado. Os conjuntos destes dados serão utilizados para gerar diagnósticos das áreas com maior risco para infecção de doenças relacionadas a problemas de saneamento”, explica.

Assim, foram coletados, além das amostras para análise da qualidade da água, os casos de hepatite A e leptospirose, bem como os surtos de diarreia em menores de cinco anos. Dados socioeconômicos e ambientais sobre a região retirados dos censos do IBGE de 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do inquérito realizado no território de Maguinhos pelo projeto TEIAS, também foram incorporados para que o trabalho de análise espacial fosse mais detalhado.

Os dados do QualiÁgua estarão disponíveis por meio de mapas e tabelas na seção dos sítios sentinelas do site do Observatório Clima e Saúde, coordenado pelo pesquisador Christovam Barcellos. Os dados estarão agregados, para não expor informações de nenhum morador.

Ainda segundo Renata Gracie, o projeto QualiÁgua, tem como um de seus objetivos fazer o diagnóstico da qualidade da água neste período e relacionar aos dados georreferenciados, outros indicadores, como o de saúde, os socioeconômicos e os ambientais, com a finalidade de fazer um diagnóstico de risco para a ocorrência de agravos relacionados a problemas de saneamento, contribuindo para a vigilância em saúde ambiental. “Todos gerando subsídios na tomada de decisão pelos gestores e dando a oportunidade para a sociedade civil também ter acesso a estas informações, não só através de publicação de artigos científicos, mas por meio de encontros em oficinas, divulgação pelo site do Observatório”, complementa Renata Gracie.

O evento é feito em parceria com o Laboratório Territorial de Manguinhos (LTM), Teias Escola Manguinhos e a Biblioteca Parque de Manguinhos. Os resultados serão apresentados no Varandão da Biblioteca Parque de Maguinhos, que fica na Avenida Dom Helder Câmara, 1.184, atrás do Colégio Estadual Luiz Carlos da Vila, em Manguinhos.

Para saber mais sobre o QualiÁgua, o site do Icict conversou com o coordenador Paulo Barrocas, que explica como surgiu o projeto, como foi desenvolvido o trabalho e a importância da devolução, à população, dos resultados do projeto. Leia a entrevista aqui

(Foto: Fiocruz Imagens / Peter Illiciev)

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