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A partir de 2009, dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), passaram a ser inseridos no Tabnet, aplicativo doDatasus desenvolvido para facilitar o acesso às bases de dados de saúde pelos gestores e profissionais da área. Na ferramenta, o usuário escolhe variáveis e filtros, e o aplicativo monta uma tabela de forma automática, com informações sobre a saúde dos brasileiros.
Para desenvolver o projeto Disseminação de Dados da Pnad via Tabnet, reuniu-se um conjunto de profissionais do Laboratório de Informações em Saúde (Lis) do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz. O trabalho foi coordenado pelo pesquisador do Lis, Francisco Viacava. Com a disponibilidade dos dados no Tabnet, profissionais de saúde poderão cruzar dados e gerar tabulações de acordo com suas necessidades.
A ideia do projeto partiu do Comitê sobre Informação de Base Populacional da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa), da qual o pesquisador é membro. A questão de que os dados de pesquisas amostrais precisam estar mais acessíveis aos gestores de saúde foi sempre tema destacado pela comissão. “Nós fizemos um grupo com integrantes da Fiocruz, do próprio Datasus e do IBGE para analisar como poderíamos disponibilizar esses dados da forma mais simples possível”, esclarece Viacava.
A Pnad, que é realizada anualmente em âmbito nacional pelo IBGE, investiga as características socioeconômicas da população como educação, trabalho, rendimento e habitação. Desde 1998 um suplemento sobre acesso e utilização de serviços de saúde tem acompanhado a pesquisa a cada cinco anos. Os dados divulgados permitem que pesquisadores e gestores de saúde acompanhem a evolução das desigualdades sociais no acesso e no uso dos serviços. De acordo com o coordenador, os dados de 2008 do suplemento já poderão ser acessados no início de 2010 pelo Tabnet/Datasus. Esta ferramenta permite, por exemplo, que profissionais da área da saúde possam avaliar as internações desnecessárias e as mortalidades que poderiam ser reduzidas e controladas. Com isso, políticas de saúde podem ser melhor implementadas.
Mortalidade, doenças de notificação, internações hospitalares e natalidade são exemplos do universo dos eventos em saúde que é trabalhado pelo Tabnet. Todas essas informações são disseminadas pelo aplicativo no sítio virtual do Datasus, que ainda permite às equipes técnicas do Ministério da Saúde e das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde realizem tabulações rápidas dos dados via web.
O conjunto de variáveis disponíveis auxilia os gestores a monitorar a causa dos óbitos, segundo idade, sexo e município de residência ou município de ocorrência dos óbitos. “Criamos dentro da Tabnet uma área com o nome deInquéritos e Pesquisas. Nela, as Pnad`s de 1998 e 2003 já estão publicadas no mesmo formato do aplicativo. Isto facilita o trabalho de gestores, que tinham dificuldades para acessar esses dados”, destaca o pesquisador. Outras pesquisas amostrais, como o Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde e a Pesquisa de Orçamento Familiar, estarão futuramente no sítio.
Os suplementos de saúde na Pnad contêm informações sobre acesso e utilização de serviços da área pela população e está dividido em quatro blocos: morbidade, cobertura por plano de saúde, acesso e uso de serviços. Dessa forma, é possível gerar estimativas sobre a parcela da população que tem acesso aos serviços ambulatoriais e hospitalares, exames específicos como mamografia e preventivo de câncer de colo de útero, bem como consultas odontológicas e desigualdades sociais no acesso e uso dos serviços de saúde.
Na última pesquisa, em 2008, também foram incluídas perguntas sobre atendimento domiciliar de emergência e fatores de risco e proteção à saúde; como tabagismo, sedentarismo, uso de cinto de segurança e atividade física. “Essas informações são fundamentais para a programação das ações de saúde e monitoramento do desempenho do sistema de saúde”, conclui Viacava.
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