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O vice-diretor de Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento Tecnológico, Christovam Barcellos, também fez questão de deixar o seu depoimento.
"Tenho me dedicado, desde os primeiros dias no Icict, ao ensino de geoprocessamento e de análise de dados de saúde e ambiente. O Icict, junto à Ensp e outras unidades de pesquisa da Fiocruz, criou em 1993 um projeto para a criação de um Sistema de Informações Geográficas para análise das condições de saúde.
Naquela época, o uso destas técnicas era difícil e inovador e ficou clara a necessidade de capacitação das pessoas (pesquisadores e profissionais do SUS) nestas tecnologias. O curso foi criado em 1995 e tem até hoje edições anuais, concentradas em duas semanas intensas, o que facilita a participações de pessoas não residentes no Rio de Janeiro. De fato, a maior parte dos alunos formados vem de outros estados. O curso tem 20 vagas, que são sempre insuficientes para a demanda, ainda crescente, por este tipo de capacitação. Já foram realizados diversos cursos descentralizados, adaptados a questões locais em outras cidades do Brasil, como São Paulo, Porto Alegre, Porto Velho, Belém, Santarém, Brasília, e outros países, como Portugal, Equador e Cuba.
O curso foi inicialmente organizado com a pesquisadora Fátima Pina, e atualmente é coordenado pela tecnologista Monica Magalhães e eu, contando com a participação das pesquisadoras Renata Gracie e Roberta Argento, além de estagiários do Laboratório de Geoprocessamento do Laboratório de Informação em Saúde do Icict, que colaboram nas atividades práticas.
Hoje, o geoprocessamento é uma tecnologia bem mais acessível. A disponibilidade de dados, de computadores e de programas gratuitos tem ajudado nesta popularização. Com isso, o curso tem mudado seu enfoque, sendo hoje mais prático, baseado em exercícios propostos e executados pelos alunos, usando dados reais sobre situações concretas vividas nos diversos municípios. Isso não quer dizer que as teorias não sejam importantes. Ao contrário, para se analisar a diversidade de dados e situações necessita-se de uma base conceitual sólida, que permita compreender os processos que atuam sobre a determinação social, política e ambiental da saúde. Mas estes conceitos de epidemiologia, geografia, cartografia e estatística são melhor assimilados hoje, com a facilidade de acesso à informação e a interatividade entre produtores e usuários de dados.
Atualmente, este curso é também mais interativo. Muitos alunos trazem novidades, novos dados a serem analisados, técnicas novas e problemas novos. Isso exige dos professores uma permanente atenção sobre o desenvolvimento tecnológico e os problemas de saúde, cujo perfil que vem se alterando ao longo destas décadas. Talvez por ironia, este curso se classifica como de 'atualização', o que simboliza muito bem a troca de experiências entre alunos, estagiários em formação, professores permanentes e pesquisadores convidados. Estamos todos sempre aprendendo."
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
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