Bastidor da entrevista de Diego Xavier ao repórter Rafael Costa (Canal Saúde) | Foto: Ascom/Icict
Mais da metade das comunidades Yanomami estão vivendo em situação de risco para a saúde, aponta o Grupo de Trabalho Geo-Yanomami, formado por representantes do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) em parceria com outras instituições. O programa Em Pauta na Saúde, do Canal Saúde da Fiocruz, conversou com Diego Xavier, pesquisador do Observatório de Clima e Saúde e membro do Geo-Yanomami, sobre os primeiros resultados alcançados pelo grupo. A entrevista foi ao ar na sexta-feira (30/06) e está disponível no Canal Saúde.
▶️ Assista aqui à reportagem completa [3]
O Geo-Yanomami é composto pela Fiocruz, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pelas universidades Veiga de Almeida, de Brasília e Federal do Amazonas, além do portal InfoAmazonia. Utilizando dados geográficos e imagens de satélite, o grupo realizou um estudo sobre mudanças nas áreas indígenas. Os primeiros resultados mostraram um aumento de áreas desmatadas, queimadas e desvios de rios nas áreas de comunidades indígenas, além de outros dados que influenciam na exploração ilegal, como explica Diego:
“Quando olhamos o aumento no número de pistas de pouso, principalmente clandestinas, percebemos que há mais que o dobro do número de pistas dos últimos quatro, cinco anos para cá. A implementação dessas novas pistas aconteceu para dar acesso à exploração dessa terra”.
Pesquisador do Icict falou sobre os resultados do GT Geo-Yanomami | Divulgação: Canal Saúde
Em relação às comunidades da terra indígena Yanomami, o pesquisador esclarece que os grupos são nômades e circulam pelo território, além de utilizar a terra como espaço de vivência justamente em regiões onde os invasores costumam agir. “Quando não-indígenas chegam ao local, eles ocupam exatamente esse espaço de vivência. O resultado é que ou os indígenas são coagidos a trabalhar para eles ou são expulsos. Nesses casos, eles ficam sem terra para sobreviver. Quando olhamos para os dados, um que nos chamou bastante atenção é que cerca de 62% da população dos 30 mil indígenas que vivem nessa área têm contato direto com a população não-indígena a uma distância de menos de 5km”, alerta o pesquisador do Icict.
📄 Leia aqui a íntegra da nota técnica [4]
Com os dados coletados, Diego afirma que o Geo-Yanomami já conversa com a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) e com as instituições que colaboraram com a pesquisa. A expectativa é que no futuro as bases de dados se aperfeiçoem e ajudem a treinar profissionais que atuem na ponta, expandindo o estudo para outras áreas. “Precisamos calibrar os resultados que desenvolvemos com os Yanomami. O que nós fizemos foi uma parte mais técnica baseada em dados e imagens de satélite. Agora precisamos escutar as pessoas de lá, que é uma etapa tão importante quanto essa análise que a gente fez”.
Links
[1] https://www.icict.fiocruz.br/../..
[2] https://www.icict.fiocruz.br/arquivo-de-noticias
[3] https://www.canalsaude.fiocruz.br/canal/videoAberto/em-pauta-na-saude-epa-0323
[4] https://climaesaude.icict.fiocruz.br/sites/climaesaude.icict.fiocruz.br/files/Yanomami%20Resultados%20an%C3%A1lise%20preliminar_12_06_AR.pdf
[5] https://www.facebook.com/sharer.php?u=https%3A%2F%2Fwww.icict.fiocruz.br%2Fprint%2F7782
[6] https://www.icict.fiocruz.br/node/7742