Doença endêmica e negligenciada na América Latina (o Brasil detém 80% dos casos), a paracoccidioidomicose, também conhecida como paracoco, é mais freqüente nas populações rurais e pode causar a morte se não detectada precocemente. Em muitos casos, é confundida com a tuberculose, pois pode apresentar uma tosse persistente como único sintoma aparente. Com o intuito de tornar a doença mais conhecida, três unidades da Fiocruz - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), o Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec) e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict)) - se uniram para produzir o documentário “Paracoco: Uma endemia brasileira”.
A produção busca abordar a doença (também conhecida como pcm, pbmicose, micose do capim), através da linguagem audiovisual direcionada a um público amplo. O filme foi legendado em espanhol e inglês. Além da Fiocruz, o vídeo teve o apoio das Secretarias Estaduais de Saúde do Paraná e de Rondônia.
Segundo Ziadir Coutinho, pesquisador da Ensp/Fiocruz e um dos organizadores do filme, a produção é um projeto contemplado por edital de apoio promovido pela Cooperação Social da presidência da Fiocruz e, em breve, estará disponível para todos os interessados. Serão produzidas cópias que serão distribuídas pelo VideoSaúde - Distribuidora da Fiocruz, para instituições vinculadas ao SUS e à entidades da sociedade civil, principalmente as representativas dos trabalhadores rurais.
Para a composição do conteúdo do produto, produzido pela VideoSaúde - Distribuidora da Fiocruz, foram gravadas entrevistas com profissionais de saúde e portadores da doença e imagens de trabalho rural. Com 24 minutos de duração, o filme foi rodado em quatro estados do país, em diversas locações: 1) no campus da Fiocruz, que possui, no Ipec, um ambulatório com mais de 60 anos de experiência em tratamento da doença; 2) em Paty dos Alferes (RJ) e em Botucatu (SP), dois importantes pólos da doença no país; 3) na periferia de Curitiba, no Paraná, que foi o primeiro estado a dar uma atenção especial à doença, transformando a paracoco em uma doença de notificação compulsória –, e 4) em Rondônia, considerado atualmente o epicentro da micose no Brasil, com a mais alta taxa de mortalidade.
Classificada como negligenciada, a doença não é contagiosa e tem cura, mas causa graves sequelas, inclusive a morte, se não for diagnosticada e tratada precocemente. É mais comum em homens em idade produtiva, entre 30 e 50 anos. Em muitos casos, é confundida com a tuberculose, pois também pode apresentar-se apenas como um sintomático respiratório com tosse persistente. Alguns de seus principais sintomas são: feridas na boca, garganta e nariz; emagrecimento e fraqueza; rouquidão; falta de ar; perda dos dentes; e ínguas (caroços, gânglios) no pescoço ou na virilha.
A paracoccidioidomicose possui duas apresentações clínicas básicas, a forma tipo adulto e a forma tipo juvenil, que é mais rara. O indivíduo pode ter contato com o fungo e manifestar a doença imediatamente ou, muitos tempo depois, ou seja, ele pode ficar inativo no organismo. O fungo, contraído através da respiração, vive no solo das plantações. Por isso, a paracoccidioidomicose aparece principalmente entre trabalhadores rurais, marceneiros, jardineiros, tratoristas, pequeno trabalhadores rurais, etc. Vale lembrar que a doença não é contagiosa, nem transmitida por alimentos ou objetos de uso pessoal.
Disponível em algumas unidades da rede pública. Os medicamentos mais usados devem ser distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Os doentes também podem ter acesso ao diagnóstico e tratamento por meio do Programa de Saúde da Família. No Rio de Janeiro, o Ipec/Fiocruz é um dos centros de referência para a doença.
Duração: 24 minutos
Legendas: inglês e espanhol
Produção e distribuição
VideoSaúde - Distribuidora da Fiocruz
Direção e roteiro
Eduardo V. Thielen - pesquisador do Icict/Fiocruz
Coordenação de Produção
Sergio Brito - pesquisador do Icict/Fiocruz
Produção
Eliane Pontes
Coordenação científica
Antonio Carlos Francesconi do Valle – pesquisador do Ipec/Fiocruz
Bodo Wanke – pesquisador do Ipec/Fiocruz
Ziadir Francisco Coutinho – pesquisador da Ensp/Fiocruz
Câmera
Pauliran Freitas
Trilha original
Bernardo Gebara
Edição
Marcos Renkert
Lançamento: 3/10, quinta-feira
Horário: 14h
Local: Auditório do Museu da Vida - Av. Brasil, 4365 - Manguinhos - Rio de Janeiro
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