Mais uma etapa do Acordo Tripartite Brasil-Cuba-Haiti foi realizada: em setembro, no Haiti, os pesquisadores do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces), Adriana Kelly Santos e Wilson Couto Borges, além do doutorando do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), Luiz Marcelo Robalinho, ministraram o curso “Comunicação e Saúde” para 25 profissionais, que trabalham no Ministério da Saúde daquele país.
Ministrado entre os dias 9 e 18 de setembro deste ano, o curso levou a proposta teórico-metodológica da Produção Social dos Sentidos, com técnicas de aprendizagem participativas e contextualizadas com a experiência local. Segundo Wilson Borges, “concomitantemente, foi demandada a elaboração de um plano de comunicação e saúde, que contemplasse a proposta teórico-metodológica”.
Para Adriana Kelly, o diferencial do curso foi a utilização da “comunicação como um elemento estratégico de participação social e produção da saúde em nível local”. Mas, outro aspecto foi levantado, conforme explica Borges: “houve a provocação de uma reflexão sobre a comunicação e a saúde na direção da percepção do quanto os sentidos interferem nas práticas”, explica o pesquisador.
Os participantes do curso – jornalistas, enfermeiros, assistentes sociais e um psicólogo – foram escolhidos pelo próprio Ministério da Saúde Pública e da População do Haiti e tinham como característica a atuação na interface comunicação e saúde junto à população, o que potencializou as atividades propostas da formação.
Entretanto, alguns desafios também foram apontados pelos pesquisadores, como a média de trabalho em torno 12 horas por dia. A infraestrutura e a dificuldade de acesso ao local onde foi realizado o curso também apareceram como dificuldade para realização da atividade. Mesmo assim, como destacam Wilson e Adriana, “diríamos que o resultado do curso foi mais positivo do que negativo”, destacam. “Houve um aumento de adesão conforme o curso ia seguindo”, explica Adriana – “fazíamos problematizações da realidade local, dialogávamos com a nossa, mostrando os pontos em comuns entre o sistema de saúde haitiano e o SUS, completa.
Para Borges, outro ponto positivo foi “a ampliação de uma forma de pensar o campo da comunicação e saúde para além das estratégias de maior oferta de informação, como resposta a um ‘atraso’ da população local”. Isso se refletiu em um resultado já sentido pelos pesquisadores: “tanto na avaliação diária quanto na final que fizemos, os relatos foram de que houve uma ‘mudança de olhar’ para com a realidade local no que diz respeito à comunicação e saúde”, explica Borges.
Não só de aulas teóricas foi o curso. A prática foi testada em várias tarefas produzidas por eles durante a capacitação: investimos sempre em atividades em grupo como estratégia para aproximar práticas e experiências profissionais. Como uma avaliação final, os participantes foram desafiados a produzir um Plano de Comunicação que, partindo dos problemas locais, incorporassem os modelos teóricos que foram objeto de reflexão durante a primeira semana de trabalho na direção da construção de soluções que pudessem ser traduzidas em ações cotidianas. “Os trabalhos estão chegando. Faremos uma avaliação e daremos um retorno para eles, até mesmo para que possam fazer os ajustes necessários e implementar seus projetos em suas regiões”, finalizam Wilson e Adriana.
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