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O Grupo de Trabalho sobre Acessibilidade do Icict/Fiocruz está à frente de uma agenda de mobilização em torno do tema na unidade, criando um espaço de reflexão e informação sobre práticas comunicacionais acessíveis para pessoas com deficiências. Nesse contexto, o GT realizou na última sexta-feira, 24 de junho, um estudo dirigido presencial sobre surdez e acessibilidade web.
A atividade contou com profissionais de informação e comunicação de diferentes unidades da Fiocruz, como o Canal Saúde, e o próprio Icict, que contou com participantes das áreas de comunicação, informação e desenvolvimento do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC/Icict/Fiocruz).
Dentre as estratégias do grupo, foi priorizado um encontro presencial para o encontro dirigido, onde a membro do grupo Aline Alves, do CTIC, apresentou alguns conceitos, marcos legais, referências e aspectos práticos para garantir a acessibilidade na web, considerando as especificidades de pessoas surdas. No último ano, o grupo também realizou um bem-sucedido seminário em parceria com o Centro de Estudos do Icict, mobilizando os profissionais com deficiência que trabalham na instituição.
Confira entrevista com Aline Alves, analista de sistemas, autora de dissertação de mestrado sobre acessibilidade web e representante do grupo de trabalho:
Foto: André Bezerra (Ascom/Icict)
Qual foi a proposta da atividade?
A proposta da atividade partiu do grupo de trabalho (GT) Acessibilidade que tem como um de seus objetivos iniciar uma série de atividades e encontros visando fortalecer a reflexão sobre acessibilidade e direito das pessoas com deficiência no ICICT. Com isso, esperamos dar o pontapé inicial para debates regulares na unidade, a fim de rever as nossas práticas e ampliar uma cultura pela acessibilidade. Somos uma unidade que reconhece o direito à informação e comunicação como estratégicos para saúde, mas não garantimos tais direitos para qualquer pessoa porque, não produzimos sites totalmente acessíveis e nem todas nossas bibliotecas possuem recursos tecnológicos mínimos de acessibilidade. Precisamos rever essas práticas e, neste primeiro estudo dirigido, falei com base na minha pesquisa de mestrado e no que tenho desenvolvido no meu doutorado, oferecendo à comunidade Fiocruz informações sobre as diferenças linguísticas da Libras e as dificuldades das pessoas Surdas, que tem a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e a língua Portuguesa como segunda língua em interagir com o conteúdo web.
Na sua avaliação, quais proveitos o GT tira dessa atividade?
Ficou evidente que a Fiocruz precisa de espaços de discussão sobre acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência. E isso foi muito produtivo. Recebemos pessoas de diferentes unidades e de fora da instituição, que buscam mais informações sobre como garantir acessibilidade em suas práticas, ainda mais porque temos pessoas Surdas trabalhando na Fiocruz. Foi um espaço de reflexão, apresentação de expectativas, troca, demandas e o GT Acessibilidade saiu com muitas ideias e certo de que temos um espaço para ocupar pela inclusão na Fiocruz.
Quais os resultados alcançados ou informações foram levantadas no estudo?
A falta de acessibilidade nos sites produzidos pelo ICICT, da Fiocruz, do país, do mundo, porque não pensamos na diversidade de pessoas que podem acessar um site. Consideramos um determinado perfil de usuários da internet (que fala, escreve, lê, entende, escuta), mas que não condiz com a pluralidade das pessoas. Para garantir o direito à informação e à comunicação, devemos rever quem consideramos como usuários dos nossos sites e se realmente consideramos todas e quaisquer pessoas.
Qual é a próxima agenda do GT?
Estamos organizando novos estudos dirigidos e a ideia é que sejam mensais. E que cada integrante do GT acessibilidade apresente um estudo dirigido temático, conforme sua área de pesquisa e atuação no contexto da acessibilidade e inclusão.
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