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Em entrevista ao site do Icict, a pesquisadora do Icict, coordenadora do Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso – Sisap-Idoso, fala sobre o envelhecimento da população e o que se tem feito para melhorar o atendimento básico da pessoa idosa na rede pública.
O país está preparado para o envelhecimento da população?
Em princípio, sim. A forma de um país envelhecer está na redução da fecundidade. Nos anos 1960 e 1970, acreditamos que uma baixa taxa de crescimento levaria o Brasil a um maior crescimento econômico e, por conseguinte, um melhor desenvolvimento. A questão é que não se falou dos riscos que essa opção nos traria. Não temos ainda um país nas condições desejáveis para se envelhecer, mas estamos indo no caminho certo e há pesquisas comprovando isso.
O que ainda falta?
O Brasil estaria mais preparado se a maioria da população entendesse que o modelo desejável para se crescer é o modelo onde a prioridade seja a saúde da população ao invés das vantagens individuais. Por exemplo, o pagamento de impostos é visto como algo indesejável, que não deveríamos fazer, porque – dizem – “a maioria rouba”; quando pagar impostos deveria ser interpretado como a forma mais clara de se ter uma solidariedade social e poder ter uma proposta social, que ajudaria não só aos excluídos sociais, mas a todos, seja classe média ou alta.
Há informação disponível para ajudar na questão da saúde do idoso?
Uma das vantagens do Brasil é que ele tem uma ampla disponibilidade de informação, como o Datasus, a Pesquisa Nacional de Saúde, que incorporou um módulo sobre envelhecimento, e isto é excelente. Temos censos recentes, temos muita informação que pode também nos preparar para esse desafio e já está dando alguns resultados.
Acho que aqui na Fiocruz, estamos aproveitando toda essa informação para dar suporte ao Ministério da Saúde, municiando-o de evidências para termos decisões rápidas em termos de políticas; e isso é uma grande vantagem que o Brasil tem se comparado a outros países.
Há outros projetos em desenvolvimento?
Temos vários projetos, pesquisas e produtos, como o Sisap-Idoso, a Caderneta do Idoso, além de darmos treinamentos e capacitações para gestores de saúde. No caso da Caderneta, por exemplo, estamos trabalhando em parceria com o Centro de Referência do Idoso, de Belo Horizonte (MG), onde estamos realizado um teste piloto da nova Caderneta.
Na verdade, nosso Laboratório (LIS – Laboratório de Informações em Saúde) é um produtor de informações. Esse ano treinamos quase todas as coordenações estaduais da saúde do idoso em todo o país sobre o sistema de indicadores, demos um curso de capacitação e formação na área de saúde do idoso, em parceria com o Ministério da Saúde. Agora, estamos sendo convidados para trabalhar na questão de quais são os desafios da longevidade no Brasil.
Qual a importância da capacitação para os gestores de saúde?
Eles são capacitados não só sobre a saúde do idoso, mas também sobre os indicadores. São os gestores que entrarão na negociação de quais seriam os indicadores que serão incluídos em um sistema, como o Sisap-Idoso, por exemplo. Como vamos monitorar o desempenho da saúde do idoso em um município? Com esse gestor, que também produz e que será capaz de sugerir um indicador que realmente mostre as condições de como está o sistema de saúde em determinada localidade.
São pesquisas e produtos que estão constantemente se adaptando à demanda na parte da gestão da saúde do idoso, mas também na exigência que temos para melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa.
(Foto: Graça Portela / Ascom / Icict)
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Comentários
Ana Paula Ribeiro de Castro
sab, 11/01/2014 - 23:06
Muito bom saber que a saúde
Muito bom saber que a saúde da pessoa idosa vem se tornando uma prioridade!
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