Pesquisadores do Icict são contemplados em chamadas públicas do CNPq

por
Assessoria de Comunicação do Icict Fiocruz
,
17/12/2024

Os pesquisadores do Icict, Adriano da Silva, da Biblioteca de Saúde Pública; Cristina Rabelais, do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social – Nippis; e Dalia Romero, do Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento – Gise, tiveram seus projetos contemplados em duas chamadas públicas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, cujos resultados foram divulgados nos últimos dias. São elas: 

– CNPq/ DECIT/SECTICS/MS Nº 36/2024 – Evidências em Saúde; e

– CNPq/Decit/SECTICS/MS Nº 29/2024 – Pesquisas orientadas para a saúde da população brasileira com foco em Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT).

Adriano da Silva apresentou o projeto “A violência digital no ambiente escolar como questão de saúde pública: elementos para a construção de uma política informada por evidências”. Já Cristina Rabelais concorreu com o projeto “Indicadores utilizados na vigilância de violência de acidentes: uma síntese de evidências” e Dalia Romero, com o projeto “Causas Evitáveis de Mortalidade e Internações da População Idosa no Brasil no século XXI” (leia aqui o resumo completo de cada projeto e as informações básicas das chamadas).

O site do Icict entrevistou os pesquisadores para saber mais sobre os projetos. Veja abaixo, as entrevistas:

Como vocês receberam a notícia da escolha dos projetos de vocês pelo CNPq?

Adriano da Silva - Trata-se de uma imensa satisfação poder contar com recursos desta chamada. Reforça a importância de se conjugar evidências científicas e políticas públicas para solução de problemas sociais. Sem dúvida é uma alegria, mas também uma grande responsabilidade com a qual atuaremos com o nosso melhor desempenho.

 

Cristina Rabelais - É uma grande satisfação para a nossa equipe! O Núcleo de Evidências - NEv NIPPIS, 1o. NEv da Fiocruz-RJ reconhecido pelo MS como integrado à Rede EVIPNet da OMS, tem 3 anos de atuação e conta com integrantes de cinco instituições de pesquisa/ensino do Brasil. O resultado do edital é fruto do comprometimento do grupo e é fundamental para atestar a qualidade do nosso trabalho. 

 

 

Dalia Romero - A principal alegria que tivemos foi o CNPq ter considerado o tema do envelhecimento dentro da discussão sobre doenças transmissíveis, porque isso é uma batalha que nós pesquisadores temos há décadas para mostrar que o envelhecimento não é só sofrer com doença crônica. Todas as doenças, principalmente as transmissíveis, aquelas que mostram muita desigualdade sócio-econômica, são fundamentais para estudar a desigualdade do envelhecimento no Brasil.

Qual a importância de seus projetos para o Icict?

AS - O projeto busca criar elementos para construção de uma política informada por evidências para enfrentamento da violência digital na escola, destacando esse problema como uma questão de saúde pública. Podemos observar nesta breve exposição a comunicação e a informação científica atuando de maneira interdisciplinar para solução de um problema no campo da saúde pública, basicamente áreas de atuação e excelência do Icict. Eu acrescentaria ainda a vantagem de se tratar de uma unidade que possui expertise em bibliotecas no campo da saúde. Afinal, as bibliotecas no seu cotidiano, detém conhecimentos técnicos essenciais para busca e construção de sínteses de evidências. Não à toa, o projeto será desenvolvido na Biblioteca de Saúde Pública, unidade do Icict e integrante da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, ainda com parceria de pesquisadores da Ensp/Fiocruz, possibilitando fortalecimento da parceria institucional.

CR - O fato do Núcleo de Evidências do Nippis - NEv Nippis integrar a Rede para Políticas Informadas por Evidências do Brasil (EVIPNet Brasil) é fundamental. O objetivo da rede, de fomentar o uso de evidências para subsidiar o processo de tomada de decisão em saúde no desenvolvimento e implantação de políticas e programas de saúde e a preocupação com a tradução do conhecimento estão totalmente alinhados com a missão do Icict, que atua no campo da Informação e Comunicação em Saúde.  

DR - É porque a missão do Icict e, principalmente, do Laboratório de Informação em Saúde, é gerar informação, gerar indicadores para fortalecer o Sistema Único de Saúde. Queremos dar evidências científicas para melhorar a comunicação de problemas de saúde pública. Então, esse projeto vem trazer, em primeiro lugar, um compromisso da Fiocruz com o SUS; em segundo lugar, diminuir a desigualdade do envelhecimento. 

A Fiocruz participou ativamente da última Conferência Nacional de Saúde, onde uma das prioridades pactuadas foi a redução do idadismo estrutural – que também é a ausência de estudos sobre o envelhecimento –, portanto com o projeto, acho que o Icict irá se fortalecer na sociedade brasileira, como um dos institutos que estão à frente da luta por um envelhecimento melhor, com menor desigualdade para todos.

O que vocês apontariam como inovador em seus projetos?  

AS - A violência digital tem surgido como um grave problema na sociedade, em especial na velocidade sem precedentes de disseminação de desinformações e discursos de ódio na internet. Em se tratando do ambiente escolar, o problema ganha contornos ainda mais trágicos, e isso tem estado cada vez mais presente no debate público, mas longe ainda de uma solução. Discutir o problema no âmbito das políticas informadas por evidências nos oferece uma oportunidade de construção de algum alinhamento entre o tempo da urgência de quem é vitimado por essas violências, e eu destacaria toda a sociedade como vítima neste caso, o tempo da construção, comunicação e divulgação do conhecimento científico para enfrentamento do problema, e por fim o tempo da tomada de decisão no âmbito das políticas públicas. A tentativa de contribuir para esse alinhamento é, para mim, o caráter mais inovador da proposta.  

CR - A pesquisa em Políticas Informadas por Evidências (PIE) inova ao propor opções de enfrentamento para problemas claramente delimitados. Nesse novo projeto, o foco será o mapeamento dos indicadores internacionais mais relevantes para o campo da vigilância de violências e acidentes no Brasil, oferecendo um parâmetro comparativo valioso na análise das dinâmicas de saúde pública no Brasil.  

DR - A inovação do projeto reside na abordagem da evitabilidade e na preocupação com as doenças transmissíveis, temas amplamente presentes na vulnerabilidade social da população idosa, mas que, até o momento, têm sido pouco explorados em comparação com a ênfase em doenças crônicas na epidemiologia do envelhecimento. Especialmente após a pandemia de COVID-19, é fundamental que os projetos de pesquisa integrem componentes de comunicação eficazes com a sociedade. No nosso projeto, focaremos em levar essa evidência científica de forma clara à comunidade, promovendo uma compreensão mais ampla sobre a relevância do tema.

Que impactos vocês prevêem com os possíveis resultados de seus projetos?

AS - Estou bastante seguro de que os resultados fornecerão um aporte para tomada de decisão condizente com a natureza da violência digital no âmbito escolar, e sua necessidade de enfrentamento. Além disso, trata-se também de uma contribuição para iluminar a discussão, sendo assim também um chamado para comunidade científica, especialmente no campo da comunicação e informação em saúde, para que também possam contribuir e assim tornar mais evidente para a sociedade a importância que a pesquisa científica possui.  

CR - Esperamos fornecer subsídios para fortalecer a capacidade do SUS em monitorar e prevenir violências e acidentes, aprimorando a vigilância epidemiológica e a gestão em saúde neste campo, de modo a contribuir para a formulação de políticas públicas mais eficazes e responsivas às necessidades da sociedade. 

DR - Esperamos que tenha bastante repercussão sobre a evitabilidade da internação e da mortalidade e traga bastante impacto para a reorganização da Atenção Primária na incorporação da pessoa idosa dentro dessas temáticas.
É fundamental incorporar também à população idosa na política pública da Atenção Primária, também na prioridade de capacitação na sociedade em geral – acho que seria o principal impacto que o projeto teria.

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Para saber mais

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