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Espaço de pesquisa, tratamento, produção e distribuição de materiais audiovisuais em saúde, a VideoSaúde - Distribuidora da Fiocruz completa 25 anos em 2013. Para comemorar, uma série de atividades, como oficinas, seminários, mostras, lançamentos de vídeos, campanhas nas redes sociais on-line, além de uma nova edição do concurso do selo Fiocruz Vídeo, está programada para acontecer ao longo do ano.
A VideoSaúde traz, em sua história, uma herança do processo de redemocratização do Brasil. Quando surgiu, em 1988, o país passava por um movimento em prol da reforma sanitária, no qual a comunicação social era tida como uma estratégia para o intercâmbio de informações entre as diferentes esferas da sociedade.
Erguida nesse período marcado pelo debate pré-constituinte, a Distribuidora, vinculada ao Icict, ocupa hoje um lugar de ampliação e fortalecimento, no âmbito do SUS, das práticas de comunicação audiovisual. Desse modo, oferece serviços gratuitos a profissionais de saúde e cidadãos, tais como: acervo, produção, copiagem e mostras de vídeos, videotecas, editais de fomento para a produção de audiovisuais em saúde, além de um programa exibido em TVs públicas, universitárias e comunitárias.
Assim, um dos motivos para tanta comemoração, segundo a coordenadora da VideoSaúde, Tania Santos, é o fato de a distribuidora ter alcançado um alto nível no intercâmbio de conhecimentos. “Estamos caminhando junto ao Sistema Único de Saúde – que também faz 25 anos – na troca de informação sobre qualidade de vida. Não apenas produzimos, trocamos saberes com a população. E nossa preocupação em encontrar mecanismos para tornar possível esse diálogo tem tido resultados. Estamos em uma instituição pública e priorizamos essa polifonia”, ressalta.
O que valida esse acesso é o lema “Comunicação e informação audiovisual fortalecendo o SUS”, o que o coordenador de produção da VideoSaúde, Sérgio Brito, considera “uma contribuição com a 'tradução' do mundo científico”.
As comemorações de aniversário coincidem com um período em que regulamentação da Lei 8080/90 pelo Decreto 7508/2011 define a Regionalização da Saúde do Brasil. Nesse contexto, a VideoSaúde, enquanto proposta alinhada às novas tecnologias digitais, permanece atenta e solidária aos princípios de democratização e regionalização das comunicações em saúde no Brasil desde sua constituição, na década de 1980.
Consequência direta da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, cujo relatório final incluiu o direito à comunicação como inerente ao direito à saúde, a VideoSaúde nasce como um Núcleo de Vídeo, com a missão de compartilhar informações. Nesse período de movimentação nacional pelo fim da ditadura que abalava o país, a Fundação Oswaldo Cruz também passava pela criação de um processo democrático. E, com a indicação do médico sanitarista Sérgio Arouca para presidente da Fundação, abria-se espaço para a participação da sociedade na elaboração de projetos de informação e comunicação.
Ao longo dos 25 anos, o acervo que a Distribuidora compunha, antes modesto, torna-se referência e importante fonte de pesquisa e de informação audiovisual em saúde. Hoje, o banco de dados reúne um conjunto com mais de sete mil títulos de diversos segmentos sociais, regiões do país e produções estrangeiras, consultado por mais de três mil usuários cadastrados, por meio do Banco de Recursos Audiovisuais em Saúde (Bravs), com acesso online. Os interessados podem, na maior parte dos casos, assistir a um vídeo, fazer empréstimo e até solicitar cópias.
E para facilitar a distribuição das produções, uma maneira encontrada para garantir que os vídeos chegassem aos interessados foi a criação de videotecas em diversas regiões: Biblioteca de Ciências Biomédicas (na sede da Fundação, em Manguinhos), Biblioteca da Saúde da Mulher e da Criança (no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira), Biblioteca de Saúde Pública (Escola Nacional de Saúde Pública), Fiocruz Pernambuco, Fiocruz Bahia, Fiocruz Minas, Fiocruz Brasília, Universidade Federal da Bahia, e Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso (Cuiabá). Nesses locais, o acervo está disponível para empréstimo.
A pesquisadora em Saúde Pública pela Fundação, Aurea Pitta, conta que até alcançar esse nível de utilidade pública, o trabalho inicial da VSD consistia na localização e recuperação do material existente de produção em vídeo na área de saúde. Para Aurea, primeira coordenadora do então chamado Núcleo de Vídeo da Fiocruz, a criação de uma videoteca surgia como campo estratégico para comunicação audiovisual, principalmente para a área da saúde.
“A VideoSaúde surgiu com o propósito de dar visibilidade e fazer chegar ao acesso público o que vem sendo produzido por um país tão heterogêneo em termos culturais e epidemiológicos, em especial, segundo diferentes estéticas, abordagens e autorias. Esta é a sua singularidade e é este o papel central da iniciativa a ser fortalecido nestes tempos de redes digitais e regionalização do SUS”, explica.
Com a convergência de mídias, o audiovisual, a informática, o ensino, a pesquisa e a comunicação são integrados. A reunião dessas áreas transformou o Núcleo em uma distribuidora e produtora de vídeos sobre saúde, trazendo a voz da sociedade para dentro do acervo a ser distribuído. O importante, em um primeiro momento, era intercambiar informações em saúde para estimular a circulação dos trabalhos e negociar futuras produções.
Paralelamente a isso, a transformação do Icict em unidade de ensino e pesquisa também teve como base esse processo da problematização do campo da comunicação. A unidade se redesenhava e, com esse movimento, sua área de audiovisual também se fortalecia.
Eis que a VideoSaúde - Distribuidora da Fiocruz se consolida enquanto projeto estável e de utilidade pública. Para que usuários e produtores identifiquem com facilidade a identidade do acervo, cujo uso social é bem definido, uma equipe multidisciplinar que pensa a sociedade brasileira de forma diferenciada trabalha para estreitar os laços entre a produção e o alcance dos vídeos ao conhecimento público. Uma ferramenta usada pela VideoSaúde para promover o diálogo constante entre produtores, exibidores e usuários são as mostras nacionais de vídeos em saúde.
As mostras realizadas pela VideoSaúde trazem filmes com características cada vez mais diferenciadas e diversas instituições financiadoras permitem mudar o perfil das produções. Tanto as mostras itinerantes, como as videotecas e cessões de imagens para outros produtos ampliaram o acervo. Vale lembrar que, para 2014, está prevista mais uma mostra nacional.
Outra atividade para celebrar os 25 anos da Distribuidora é o lançamento de um novo edital do Selo Fiocruz Vídeo. Lançado em 2006 com objetivo de ampliar o acesso às produções de vídeo de temas de saúde, o Selo é resultado de uma iniciativa da VideoSaúde, com o apoio da Editora Fiocruz. Segundo seu fundador, Homero de Carvalho, esta é uma marca de difusão e fomento à produção independente de audiovisuais em saúde em vários gêneros e possibilita a aquisição dos lançamentos do gênero a baixo custo.
“A prática do Selo veio para estimular, para fomentar a produção a partir de incentivo direto e tornar o acervo mais próximo dos usuários, por meio de cópias e distribuição a preços módicos”.
Voltado à produção independente, instituições e organizações sociais que trabalham com a linguagem videográfica, o Selo inaugura uma nova etapa no relacionamento da VSD com a área cultural a serviço da popularização e democratização do acesso do usuário ao conhecimento sobre saúde pública.
A VideoSaúde também está nas telinhas. Por meio de parcerias, o programa VideoSaúde é exibido atualmente em sete emissoras brasileiras, ampliando a difusão do conhecimento em saúde. O programa vai ao ar no Canal Universitário do Rio de Janeiro (UTV), Canal Saúde, NBR, Canal Minas Saúde, TV Floripa, que também transmitem pela internet, TV Feevale e TV UFPR.
A presença da VideoSaúde na internet também se dá por meio das redes sociais online. A Distribuidora possui uma fan page (www.facebook.com/videosaudefiocruz), um canal no Youtube (www.youtube.com/videosaudefio) e um perfil no microblog Twitter (@videosaude). A atuação nas redes sociais on-line é mais uma estratégia de compartilhamento de informações sobre qualidade de vida da população e de promoção do diálogo com a sociedade.
Junho/julho – lançamentos dos vídeos sobre saúde do trabalhador Nuvens de veneno e Linha de corte, de Roberto Novaes, uma parceria entre a VideoSaúde, Ensp, Secretaria de Saúde do Estado do Estado de Mato Grosso, UFRJ e o Instituto de Saúde Coletiva – ISC/UFMT. Os lançamentos serão realizados no Rio de Janeiro e em Mato Grosso.
Junho a novembro – série de cinco encontros do Núcleo de Estudos Audiovisuais em Saúde (Neavs) no Icict/Fiocruz.
Julho – lançamento do documentário Paracoco - endemia brasileira, de Eduardo Thielen, sobre a doença negligenciada paracoccidioidomicose, em parceria com a Coordenação de Saúde do MST, regional Rio de Janeiro.
16 a 25 de agosto – Exposição 25 anos da VideoSaúde na ocasião da 3ª Semana Fluminense de Patrimônio na Fiocruz.
Setembro – oficina VideoSaúde Da ideia ao argumento, parceria com a Gestão Acadêmica/ Icict
14 a 17 de novembro – organização do Espaço Saúde Letras no 6º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde. A parceria entre a VideoSaúde, Editora Fiocruz e Abrasco inclui uma mostra de vídeos e mesas de debates . O evento vai ser realizado na Uerj.
A definir – lançamento do documentário Democracia Fiocruz, de Eduardo Thielen, sobre o processo democrático na instituição.
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