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No dia 29 de setembro de 2014, a professora Rejanne de Deus, da Escola Municipal Governador Mário Covas Jr., do bairro de Cangulo, no município de Duque de Caxias, enviou um e-mail para o Sinitox - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, pedindo informações sobre plantas tóxicas. No mesmo dia, a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, respondeu. O resultado foi o 1º lugar de sua turma na Categoria 1 - destinada a alunos do 4º e 5º ano, na 1ª Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (FEMuCTI), de Duque de Caxias.
Em um misto de alegria e surpresa, Rosany Bochner comemorou: "Não sabia do Prêmio. Apenas que a professora e seus alunos iriam apresentar um projeto intitulado 'Cuidado! Plantas tóxicas em nossos jardins' e fornecemos material que poderia ajudá-la", explica. Na sua vinda ao Icict, Rejanne obteve informações sobre as plantas tóxicas e levou para seus alunos cartilha, livro, banner e folder, que ajudariam na apresentação.
O material serviu para apoio e estudo de 30 alunos, entre 10 e 12 anos, da turma comandada por Rejane de Deus. Segundo Rosany Bochner, as plantas tóxicas estão presentes nos mais variados ambientes e locais, sem que as pessoas se dêem conta disso: “Aproveitar a presença de plantas tóxicas nas escolas para ensinar as crianças, ao invés de simplesmente retirá-las, é importante uma vez que essas plantas estarão presentes em outros locais, como ruas, jardins, condomínios, praças etc.”, explica.
A professora descobriu o Sinitox em uma Feira de Ciências em Magé e, decidiu levar a ideia para a escola que fica em um dos bairros mais pobres do município de Duque de Caxias, Cangulo, e que a população faz uso de medicina caseira. A pesquisa na internet foi feita pelos próprios alunos em seus celulares. “Acessamos o site, buscando informações, entrevistas e atividades encontradas na cartilha do Sinitox online”, afirma.
O projeto foi construído com toda a turma, mas como a ficha de inscrição para a Feira só permitia o nome de três alunos, os estudantes, então, escolheram quem seriam seus representantes. Assim, Amanda da Silva Santos, Érick Lucas Feliz Pinhaço e Pedro Gonçalves da Silva Neto representaram a Escola Municipal Governador Mário Covas Jr.
Para o Sinitox, o prêmio recebido pelos alunos da Escola Municipal Mário Covas Jr., chega em boa hora, pois mostra a importância do tema: “Continuamos a trabalhar no sentido de divulgar informações sobre plantas tóxicas não somente no âmbito escolar, como em demais ambientes”, ressalta Rosany Bochner. Já está agendada, inclusive, a participação da equipe do Sinitox no IV Encontro dos Gestores de Jardins Históricos, que ocorrerá no dia 4 de dezembro, apresentando a palestra "Plantas Tóxicas em espaços públicos: transformando risco em informação”.
Há também possibilidades de realizar trabalhos em parcerias com outras instituições e até na Fiocruz. Claudio Maurício Vieira de Souza, orientando de doutorado da pesquisadora Rosany Bochner, e que trabalha no Instituto Vital Brazil, está em contato com gestores do município de Tanguá, interessados no Projeto de Plantas Tóxicas. Na Fiocruz, Rosany Bochner está propondo um projeto para a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção de Saúde (VPAAPS) de identificação das plantas tóxicas existentes no campus da Fundação: “Para se ter uma ideia, apenas em torno do Icict já identificamos hera, azaleia, costela-de-adão, jiboia e manacá”.
Satisfeita com o resultado, Rejanne de Deus pretende manter a parceria com o Sinitox: “É um trabalho que atende a várias faixas etárias dentro e fora da escola; são informações muito sucintas que precisam ser divulgadas o máximo possível e é, através da escola, que irei multiplicar esse conhecimento. Como professora, sinto a necessidade de inserir esses temas nas aulas ministradas por mim em todas as unidades que trabalho”, afirma.
Em uma entrevista ao site do Icict, a professora Rejanne de Deus fala de como construiu o projeto com os alunos, os resultados obtidos e as perspectivas para desenvolver outras parcerias.
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