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Até junho de 2007, cerca de 470 mil casos de Aids foram diagnosticados no Brasil. Dos anos 80, quando a doença atingia principalmente os homossexuais, até os dias de hoje, quando a feminização da Aids é o grande risco, a epidemia foi se modificando, o que exige novas formas de vigilância. Essa foi a reflexão de Francisco Inácio Bastos, Vice-diretor de Ensino e Pesquisa do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fiocruz durante o painel Vigilância de Segunda Geração na ExpoEpi 2007.
De acordo com Bastos, o Brasil é um dos países em desenvolvimento que tem melhores condições para o tratamento da Aids. Essa posição acarreta pensar a vigilância em saúde a partir de uma intervenção já existente. “No Brasil, a epidemia apresenta índices controlados em relação a outros países. Existem regiões na África que o índice de contaminação chega a 40% da população e as formas de vigilância têm que ser diferenciadas”, diz o pesquisador.
Durante a apresentação, Bastos citou algumas metodologias para a vigilância do vírus HIV / Aids e explicou que o Brasil deve ficar atento às mudanças da epidemia que, inclusive, apontam alterações no perfil de doenças associadas. É o caso do Sarcoma de Kaposi que já foi um dos sinais mais comuns para identificar a doença devido às manifestações na pele do infectado. Hoje, o sarcoma é cada vez menos comum nos soropositivos do ocidente, mas ainda apresenta altos índices de manifestação na África.
Quase terminando sua apresentação, Bastos ponderou sobre os desafios para a vigilância em Aids. Segundo ele, há um retorno da farmacovigilância, ou seja, uso excessivo de medicamentos, devido a tratamentos longos que podem gerar resistência a certas substâncias. Para o pesquisador, essa tendência também implica aumento nos custos do tratamento e isso deve ser considerado pelo sistema de saúde.
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