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“As questões relacionadas à saúde têm ocupado posições cada vez mais importantes no mundo moderno, em função da globalização e da interação do homem em ambientes distintos”, afirmou o diretor de Relações Internacionais da Capes, Adalberto Val durante abertura do VII Simpósio Nacional de Geografia da Saúde (GeoSaúde 2015), realizado no dia 23 de setembro na Fiocruz Brasília. Fruto de parceria entre Fiocruz, Universidade de Brasília, Institut de Recherche pour le Développement da França (IRD), e o Ministério da Saúde, o evento reuniu especialistas do Brasil e do exterior, além de pesquisadores de unidades da Fiocruz.
Adalberto ressaltou ainda que o Brasil, por meio da Capes, tem procurado contribuir com a capacitação de recursos humanos em instituições de grande importância no exterior. No ano passado, foram enviados cerca de 9 mil estudantes brasileiros nos mais diferentes níveis, da graduação ao pós-doutorado, para diferentes instituições no mundo. “É importante que esses brasileiros retornem capacitados em um processo que realmente nos coloque em um patamar no que se refere ao estudo das doenças em nosso país, mas também de processos que promovam a saúde de uma maneira geral”, afirmou.
De acordo com Helen Gurgel, professora da Universidade de Brasília e uma das organizadoras do evento, o principal objetivo do Seminário é explorar novas fronteiras de pesquisa entre a geografia e a saúde, fomentar redes internacionais para compartilhar as informações e gerar maior interação entre a pesquisa e as ações de serviço de saúde.
Na abertura, também estiveram presentes o assessor da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Guilherme Franco Netto; o representante da União Geográfica Internacional (UGI), Thomas Krafft; o representante do Institut de Recherche pour le Développement da França (IRD), Frédéric Huynh; o diretor de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca; o embaixador da França no Brasil, Laurent Bili e o reitor da UnB, Ivan Camargo.
Guilherme Franco Netto, assessor da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, falou sobre a necessidade de aproximação cada vez maior da geografia com a saúde, principalmente quando se trata dos fenômenos em curso, como a escala dos desastres sejam eles de origem natural ou não. E mais, a questão das migrações, que causam movimentação e impacto nos territórios e consequências para a população.
Para ele, o Seminário é uma iniciativa que aponta questões que vão ser tratadas na agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e elenca possibilidades de novos arranjos organizacionais. “Certamente é um desafio muito grande. A Fiocruz tem secularmente se movimentando para produzir e gerar conhecimento para que a população se beneficie. Essa cooperação (entre diferentes instituições) certamente vai se traduzir em novas plataformas e possibilidades de arranjos para que a gente possa tratar dessas questões”, completou Guilherme.
Já o diretor de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca, acredita que os temas tratados durante o evento ajudam a transformar o Ministério da Saúde e o SUS, não apenas como partícipe, mas como agente protagonizador e indutor do impacto, para que tenham avanços na construção de uma sociedade mais humana e mais justa, tendo o meio ambiente como determinante social no sistema de saúde.
Logo após a abertura, o pesquisador e professor da UnB Pedro Luis Tauil ministrou conferência abordando os elementos fundamentais da epidemiologia e fatores físicos, biológicos e socioeconômicos determinantes na distribuição dos agravos da saúde. Entre eles estão: altitude, latitude, longitude, temperatura, pluviosidade, hidrografia, umidade relativa do ar, animais que são vetores, hospedeiros, cobertura vegetal do território, renda e habitação de uma população, saneamento básico, acesso a recursos de saúde, hábitos de vida, práticas religiosas e culturais.
“Esses fatores devem ser conhecidos pelos pesquisadores e pelas pessoas que trabalham com saúde pública para exercerem suas atividades de controle. Não há a menor dúvida da aproximação entre os estudos de geografia e a saúde na distribuição de doenças, na verificação de fatores que as determinam e no controle”, explicou Tauil.
“Dinâmicas dos sistemas ambientais e a saúde” foi tema de uma das mesas redondas realizadas no VII Simpósio Nacional de Geografia da Saúde. Participaram da mesa o assessor da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Guilherme Franco Netto, a coordenadora geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde, Daniela Buosi, o representante da Universidade Federal de Coimbra, Paulo Nossa e o professor da Universidade Federal de Uberlândia Samuel do Carmo Lima.
Iniciando a discussão da mesa, Guilherme Franco pontuou os problemas e preocupações acerca da relação entre saúde e ambiente. Entrelaçando ambiente como sistema ecológico, socioecológico, eco-sócio-sanitário, trazendo as vulnerabilidades e desafios dos sistemas. Ele destaca que o ambiente externo é influência direta na relação homem e natureza.
A coordenadora geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde, Daniela Buosi, levantou questionamentos acerca de problemas que ocorrem por meio de causas naturais ou não e como o Sistema Único de Saúde tem se organizado para enfrentar os desafios e intervir nos determinantes para promover saúde à população.
Os maiores destaques foram nas áreas de desastres naturais, onde não se pode ser evitado previamente e na área de agrotóxicos, trazendo a informação de que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo, com destaques para Tocantins e Rio de Janeiro, estados que apresentam as maiores taxas.
“Acesso e acessibilidade ao sistema de saúde” foi tema da mesa que contou com a participação dos pesquisadores da Fiocruz Mauricio Monken e Maria Cecilia Minayo. Outra mesa denominada “Abordagens e métodos em geografia da saúde” teve a presença do pesquisador André Monteiro da Costa.
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