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Em frente à Casai de Boa Vista: Ana Lucia Montel (comunicadora popular do COE-Yanomami), Daniela Muzi, Paulo Lara, Marcos Cantanhede e Breno Caíque (gestor em Saúde Coletiva Indígena) | Foto: Divulgação (VideoSaúde/Icict)
Uma equipe da VideoSaúde Distribuidora, vinculada ao Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict) da Fiocruz, irá para Boa Vista (RR) para produzir um documentário sobre o trabalho dos agentes de saúde que atuam na emergência sanitária que atinge os povos indígenas do território Yanomami. A iniciativa é uma parceria da Fiocruz com o Ministério da Saúde, unindo esforços institucionais na produção de conteúdos mais aprofundados sobre a crise humanitária. Os profissionais de audiovisual viajam no sábado (15/4) e retornam no dia 25 de abril; eles estarão no local no dia 19 de abril, data em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas. Essa é a terceira equipe da Fiocruz que vai ao território Yanomami: no início de março, integrantes do Programa Radis, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), estiveram no local, que já recebeu também profissionais do Canal Saúde.
A equipe será formada por três profissionais com larga experiência no audiovisual: Daniela Muzi, coordenadora da VideoSaúde, e Paulo Lara, coordenador da área de produção da VideoSaúde, estarão acompanhados de Marcos Cantanhede, técnico de som. Muzi será a diretora do documentário de curta-metragem, enquanto Lara será o diretor de fotografia. Os três ficarão concentrados em espaços estratégicos, como o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami) e a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista, onde há um Hospital de Campanha Yanomami. O documentário terá como objetivo ampliar o debate sobre a saúde indígena e os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), contribuindo para o fortalecimento do sistema de saúde indígena e reforçando o tema da saúde dos povos indígenas como uma pauta contínua.
Segundo a coordenadora da VideoSaúde, a obra ficará pronta em cerca de seis meses. A ideia é que o curta esteja disponível nas mídias digitais da Fiocruz - incluindo a própria plataforma da VideoSaúde - e em emissoras de TVs públicas, universitárias e comunitárias, fortalecendo a perspectiva de comunicação pública. A VideoSaúde espera também poder exibir o documentário para os povos do território Yanomami. Para produzir o curta-metragem, a equipe irá conversar com esses "personagens da saúde": profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) que estão no território ou que chegaram há pouco tempo. Suas histórias, seus objetivos, as razões que os fizeram trabalhar no local em meio a uma crise humanitária sem precedentes serão alguns dos assuntos abordados. "A VideoSaúde já tem uma linha editorial, que mostra esses agentes da sáude, em que nós falamos desses personagens, mostrando a pluralidade de vozes, de pessoas, de cores, de etnias. Esse é o nosso mote", explica Daniela Muzi.
De acordo com Rodrigo Murtinho, diretor do Icict, a produção estará em plena consonância com os ideais do direito humano à saúde e à comunicação. "O documentário vai abordar a crise humanitária e sanitária nos territórios Yanomami a partir de um olhar cuidadoso, respeitoso e comprometido com os direitos humanos e com o direito à saúde dos povos indígenas”. Ao recordar o que foi feito em outras épocas, Muzi acrescenta que “os registros contarão uma parte importante da história da saúde pública, da atuação dos profissionais de saúde envolvidos nessa emergência humanitária, assim como em outros períodos fizeram Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Noel Nutels”.
A diretora e coordenadora da VideoSaúde também participa das ações da Sala de Situação para Terra Indígena Yanomami, instalada pela Fiocruz em janeiro deste ano. A iniciativa da ida das equipes de comunicação da Fiocruz a Roraima faz parte do conjunto de contribuições da Fundação ao Ministério da Saúde, que são tratadas no âmbito da Sala de Situação, coordenada pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz). A Fiocruz também integra o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami), instituído pelo Ministério da Saúde sob a coordenação da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai).
Recentemente, a VideoSaúde disponibilizou uma versão da animação Amazônia sem Garimpo com legendas em inglês e narração em duas línguas indígenas, Yanomami e Munduruku, além do português. As narrações foram feitas pelas próprias populações indígenas e o roteiro desenvolvido coletivamente entre produtores audiovisuais, pesquisadores e os povos retratados. Na obra, os povos indígenas contam os dramas e o perigo da contaminação dos rios e das águas pelo mercúrio da mineração. A produção foi lançada em outubro de 2022 e vem atraindo muitos espectadores.
▶️ Confira a animação "Amazônia sem Garimpo" (narração em Yanomami):
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