João Roberto Ripper esteve em Eldorado dos Carajás, em 1996, para fotografar o velório dos 19 trabalhadores sem-terra assassinados pela polícia. Percorreu o interior da Argentina perseguindo os rastros deixados pela Doença de Chagas — manchas de besouros nas paredes, médicos voluntários identificando doentes pelas ruas. Mergulhou nos meandros do trabalho escravo que persiste Brasil afora. Testemunhou índios serem expulsos de suas terras, e populações vazanteiras sofrerem com as águas do Rio São Francisco sendo desviadas para as monoculturas. O que Ripper documenta, porém, é a ternura.