Todos no Arca

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30/03/2017

Iniciativa ganha adeptos, avança na definição de uma política institucional e contribui para a geração de conhecimentos no âmbito da Saúde


Preservar e difundir a produção intelectual da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e contribuir para a geração de conhecimentos para a saúde pública brasileira, a partir da perspectiva do acesso livre à informação. Com esses objetivos, o Repositório Institucional da Fiocruz, o Arca, foi lançado em abril de 2011, durante as comemorações pelos 25 anos do Icict/Fiocruz, onde o projeto foi elaborado. Um ano depois, a plataforma ganha cada vez mais adeptos, fortalece suas comunidades e dá os primeiros passos rumo a uma política institucional.

A coordenadora geral do Arca, a pesquisadora Cícera Henrique da Silva, chefe do Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde do Icict, conta que desde o ano passado a equipe vem investindo em uma maior aproximação com as unidades da Fiocruz. O trabalho inclui apresentações da plataforma nos Conselhos Deliberativos das unidades e o treinamento de profissionais da Informação para o depósito da produção intelectual no sistema.

“Este processo é fundamental para que todos possam entender a proposta do Arca e sua importância para a preservação da memória institucional da Fiocruz. Os encontros e treinamentos são estratégicos para que as pessoas esclareçam suas dúvidas e compreendam a importância do depósito da produção intelectual no sistema. A ideia é que todo profissional da Fundação contribua para a alimentação do acervo”, incentiva Cícera.

A pesquisadora informa que, de acordo com experiências internacionais, o crescimento dos repositórios institucionais é mais acelerado quando se faz a opção pelo depósito compulsório da produção científica. “Para consolidar a cultura de autoarquivamento é fundamental uma política institucional que recomende a adesão das unidades e dos pesquisadores da Fiocruz ao Arca. O documento está sendo preparado pela Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação e será um marco para o nosso Repositório Institucional”, adianta Cícera.

Por enquanto, a adesão das unidades da Fiocruz à iniciativa é espontânea e apoiada por treinamentos ministrados pelo bibliotecário Eder Freyre, gestor das comunidades do Arca. Segundo ele, a melhor estratégia para promover o autoarquivamento é capacitar profissionais de Informação para operar o sistema e auxiliar os pesquisadores na tarefa de disponibilizar seus trabalhos. “A ideia é que usuários leigos possam realizar os primeiros passos do autoarquivamento. Em seguida, os profissionais da área de Informação, capacitados para isso, concluem o processo, com a indexação da produção científica pelos descritores da saúde”, explica Eder.

Já receberam treinamento a equipe da biblioteca do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e das unidades regionais Fiocruz-Bahia e Fiocruz-Minas Gerais. A experiência apontou a necessidade de sistematizar, sob a forma de um manual técnico, as informações e processos referentes ao depósito da produção intelectual no sistema. A Fiocruz é a primeira instituição a elaborar e disponibilizar um manual para tratar de dados de seu repositório institucional, que utiliza as normas internacionais ABNT 6023 e o padrão de metadados Dublin Core.

“É um guia autoexplicativo, que auxilia profissionais da Informação a depositarem informações científicas no Repositório Institucional da Fiocruz. Atualmente trabalhamos com uma versão que está sendo testada pelos profissionais que já receberam o treinamento”, descreve Eder.

Conceição Carvalho, da equipe de gestão do Arca, destaca que o produto é inovador. “A maioria dos repositórios institucionais não trabalha com uma publicação deste tipo ou, se a produziu, não a disponibiliza para outras instituições. Seguindo a premissa do acesso livre à informação, nosso objetivo é incluir, no próprio Arca, uma versão digital do documento, que estará disponível para todos os interessados”, revela.

Cícera lembra que o manual é dinâmico e deve ser sempre atualizado, de acordo com as novas experiências, a necessidade de cada comunidade e as soluções encontradas. “Uma unidade da Fiocruz que queira incluir os cadernos de pesquisas de campo no Arca não encontrará a orientação no Manual, pois esta demanda ainda não foi recebida. E então o guia terá que ser atualizado”, exemplifica.

O Arca também tem incentivado a produção científica na área da Informação no País. Em 2011, duas dissertações de mestrado sobre a política de acesso livre e o reuso de informação foram defendidas e um projeto de pesquisa foi iniciado no curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde do Icict (PPGICS).

A experiência tem proporcionado, ainda, a articulação entre serviço, ensino e pesquisa. Um exemplo é a contribuição da comunidade do IFF ao aprimoramento do Arca, a partir de um projeto de pesquisa submetido ao Programa de Indução à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Icict (PIPDT). “O objetivo é aprimorar a arquitetura da informação para o processo de autoarquivamento, de acordo com as impressões dos usuários, para que o processo seja o mais simples possível – o que é fundamental para ganhar e manter participantes ativos”, explica a bibliotecária Viviane Veiga, gestora da comunidade do IFF no Arca.

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