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Em 07 de abril de 2016 se completam 30 anos da criação do Icict. O instituto surgiu na Fiocruz, primeiro como superintendência de informação científica, logo transformando-se em Centro de Informação Científica e Tecnológica e, a seguir, em unidade técnico-científica da Fundação, ganhando o status e o reconhecimento como Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Nascia no bojo da grande reforma inovadora empreendida pelo sanitarista Sergio Arouca com a sua chegada à Presidência da Fiocruz. Eram os tempos da redemocratização do Brasil, da luta pela reforma sanitária, da 8ª Conferência Nacional de Saúde, de apresentar propostas para a construção do SUS a partir de um conceito ampliado do que significa saúde para a população, de sua relação com os direitos sociais e com a democracia. Junto com o Icict, novas unidades dedicadas também ao campo da pesquisa em informação e divulgação científica foram criadas, como a Casa de Oswaldo Cruz. Outras ganharam relevância e destaque para os seus papeis, como a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Os campos da comunicação e da informação tornaram-se cada vez mais reconhecidos em sua importância e transversalidade com a saúde e a ciência e tecnologia.
Nesta edição de INOVA, que se publica às vésperas dos 30 anos do Icict, o leitor terá acesso a informação sobre alguns importantes resultados concretos e atuais do trabalho realizado pelas equipes do nosso Instituto, e também dos desafios que nos propomos no cumprimento da nossa missão: participar da formulação, implementação e avaliação de políticas públicas, desenvolver estratégias e executar ações de informação e comunicação no campo da ciência, tecnologia e inovação em saúde, objetivando atender às demandas sociais do SUS e de outros órgãos governamentais.
Iniciativas inovadoras coordenadas pelo Icict, como o Proqualis, rede de informação para a qualidade do cuidado e segurança do paciente, de importante impacto para o aprimoramento da assistência à saúde no Brasil, já apresentam as suas primeiras experiências exitosas disponibilizadas no portal da rede. Como as informações disponibilizadas em parceria com o Hospital Samaritano de São Paulo sobre a temática da prevenção de quedas de pacientes, ou a das normas para a rigorosa identificação e monitoramento individualizado da atenção, em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), para evitar erros de procedimentos, ou ainda, as orientações sobre segurança transfusional levadas à prática pelo Hemorio.
Um exemplo marcante do papel estratégico da informação e comunicação para o campo da saúde é o impressionante desenvolvimento da Rede de Bancos de Leite Humano, constituída hoje por 218 bancos no Brasil e já espalhada por 23 países das Américas, África e Europa, cujos sistemas de informação e comunicação voltados para a formação de profissionais, para a difusão de normas e procedimentos certificados, para a troca de experiências e para as campanhas de promoção do aleitamento materno e da doação constituem um programa institucional estratégico do Icict, do qual muito nos orgulhamos.
Outro importante desafio que o Icict está assumindo, e que reafirma o papel estratégico da Fiocruz como agência de Estado para a saúde, é a nossa participação, através do nosso Laboratório de Informações em Saúde, no projeto de Carga Global de Doenças e na criação de uma plataforma informacional capaz de operar e estabelecer cruzamentos de grandes volumes de dados sobre saúde (Big Data – como é conhecida a sigla em inglês). Trata-se de uma parceria com o Ministério da Saúde, o Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington, a UFMG, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e com o Centro de Estudos Avançados de Governo e Administração Pública da UNB, e cujo componente informacional (o Big Data) será liderado por nosso Instituto.
Hoje estamos envolvidos, a partir da expertise acumulada no campo da informação e comunicação, na formulação e desenvolvimento de iniciativas determinantes para o SUS. Podemos citar aqui, além das já mencionadas, algumas de fundamental importância: Rede Brasileira de Ensaios Clínicos; programas de formação de profissionais da atenção básica para a assistência a usuários de drogas e pesquisas de âmbito nacional sobre o uso de drogas, suas caraterísticas e impactos na saúde pública; coordenação da Pesquisa Nacional de Saúde; programas de informação e de pesquisa voltados para a saúde da pessoa idosa e também para a garantia da qualidade de vida de pessoas com capacidade reduzida; desenvolvimento e modelagem de aplicativos de redes sociais na gestão e comunicação em saúde; e formação de especialistas, mestres e doutores em informação e comunicação em saúde através do nosso programa de ensino.
Com a realização da 15a Conferência Nacional de Saúde em dezembro de 2015, nossas reflexões e esforços se voltam para assegurar nas resoluções da Conferência o papel da informação e da comunicação como direito humano fundamental, como estruturantes para as políticas públicas de saúde e para os processos sociais e, consequentemente, para a defesa do SUS, pela sua consolidação e avanço, pela efetiva aplicação dos seus princípios fundadores, consagrados na Constituição de 1988.
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
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